Jerônimo Coelho pode ser inscrito no ‘Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria’

Para que um novo nome seja incluído no Livro dos Heróis da Pátria, o Senado e a Câmara dos Deputados precisam aprovar uma lei. A última nova inscrição foi feita em 2012, com os líderes da revolta dos colonos brasileiros contra a invasão holandesa no Nordeste, no século 17.
O 'Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria', no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília Geraldo Magela/Agência Senado

Por Agência Senado — Um projeto em análise na Comissão de Educação (CE) propõe incluir o nome de Jerônimo Francisco Coelho no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Engenheiro, jornalista, político e militar, ele atuou em funções importantes para o Brasil na época do Império. O PL 373/2024, do senador Esperidião Amin (PP-SC), tem como relatora a senadora Ivete da Silveira (MDB-SC).

No texto, o senador relembra alguns dos cargos exercidos por Jerônimo Coelho ao longo de sua trajetória. Além de brigadeiro, ele foi deputado na Assembleia Legislativa Provincial Catarinense, deputado geral na Assembleia Geral Legislativa (atual Câmara dos Deputados), conselheiro geral do Império, conselheiro do imperador; presidente das Províncias do Pará e do Rio Grande do Sul e ministro da Marinha e da Guerra do Brasil, entre outras funções exercidas no século 19.

“Por sua atuação, é considerado um destacado político catarinense do século 19, tanto no Poder Executivo Provincial, quanto no Ministério da Guerra, no qual trabalhou para restabelecer a paz e redigiu, de próprio punho, as instruções de 18 de dezembro de 1844 que levaram a pacificação material e moral à Província do Rio Grande do Sul, mergulhada por nove anos em guerra civil (1835-1845), causada pela Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos”, diz  Esperidião Amin no relatório.

Atuação abrangente

Nascido em 1806, em Laguna, Santa Catarina, Jerônimo Francisco Coelho se graduou em matemática e engenharia na Academia Imperial Militar. Com o 2° Corpo de Artilharia, iniciou a utilização do prelo (aparelho manual ou mecânico de impressão gráfica), que permitiu a impressão, em 1831, do primeiro jornal em Santa Catarina. Por esse feito, é considerado fundador da imprensa catarinense.

Também foi fundador da primeira loja maçônica de Santa Catarina, a Loja Maçônica Concórdia, em 1831. Sua obra literária foi principalmente jornalística, mas inclui também discursos, trabalhos profissionais, pareceres e relatórios. Foi membro da Academia Catarinense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade Patriótica Catarinense. Sua história é reconhecida em nomes de instituições, ruas e praças em diversas cidades catarinenses.

O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria está depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília. O livro, feito de páginas de aço, reúne nomes de personalidades que se destacaram de forma heroica na história do Brasil. A inscrição de um novo personagem depende de lei aprovada pelo Congresso Nacional.