Força-tarefa tem ‘fortes indícios’ de que fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró continuam na região, diz ministro

O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski concede entrevista nesta quarta (13) sobre o trabalho da força-tarefa pela recaptura dos fugitivos da Penitenciária Federal em Mossoró. — Foto: Inter TV Cabugi
O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski concede entrevista nesta quarta (13) sobre o trabalho da força-tarefa pela recaptura dos fugitivos da Penitenciária Federal em Mossoró. — Foto: Inter TV CabugiMinistro Ricardo Lewandowski desembarca em Mossoró no 29º dia de buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal — Foto: Inter TV CabugiSimulações mostram possíveis aparências e disfarces de Rogerio Mendonça e Deibson Nascimento - foragidos da penitenciária federal de Mossoró — Foto: ReproduçãoImagem mostra simulação de possível aparência de Deibson Nascimento - fugitivo da Penitenciária Federal de Mossoró — Foto: DivulgaçãoSimulação mostra possível aparência de Rogério Mendonça - fugitivo de Mossoró — Foto: DivulgaçãoFuga da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte — Foto: Arte/g1Fantástico entra nas celas de presídio de segurança máxima em Mossoró e mostra falhas de segurança que levaram à fuga de presos

Por g1 RN — O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (13) que a Força-Tarefa que faz buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró acredita que eles continuam na região Oeste do Rio Grande do Norte, onde as buscas são concentradas.

A declaração foi dada durante entrevista coletiva no fim da manhã na delegacia da Polícia Federal no município. Esta sexta (13) marca o 29º dia de buscas pelos fugitivos.

Ainda de acordo com Lewandowski, a operação será mantida na região.

De acordo com o ministro, cães conseguiram farejar a presença recente dos fugitivos na região, nesta terça-feira (12).

“As forças de segurança foram ao local com cães altamente treinados e esses cães confirmaram a presença em tempo recente desses fugitivos. Nós vamos manter a operação, da forma como ela está sendo levada”, disse.

Segundo o ministro, o fato de a dupla ainda permanecer na região comprovaria um “êxito” das ações policiais na região.

“O resultado prático a meu ver é que eles não conseguiram escapar deste perímetro, eles estão cercados. Se não fosse a eficiência das polícias eles já estariam distante. Embora não tenham sido recapturados eles se mantém nesse perímetro original”, ponderou.

O ministro ainda confirmou que os presos receberam ajuda externa e que pelo menos sete suspeitos de envolvimento já foram presos. Dois carros foram apreendidos durante as ações.

“Estão sim recebendo ajuda de fora, ajuda externa. É isso é o que explica o relativo êxito para escapar desse cerco”, considerou.

Lewandowski foi questionado sobre os custos da operação, que envolvem mais de 500 agentes federais e estaduais, mas não detalhou os custos.

“Nós temos o custo dessa operação, que não é um custo baixo, mas o fato é que não podemos deixar a população local desamparada, então isso justifica o número de agentes de seguranças que estão aqui. Enquanto esse risco não se dissipar nós vamos manter esse efetivo”, declarou.

Ainda segundo o ministro, as forças dos diferentes estados estão sendo mantidas pelos próprios governos estaduais.

Lewandowski desembarcou no estado por volta das 9h30 para uma reunião com policiais da Força Tarefa responsável pelas buscas aos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça.

A primeira fuga da história do sistema penitenciário federal completa um mês nesta quinta-feira (14).

O ministro desembarcou no Aeroporto de Mossoró por volta das 9h30 e seguiu para a delegacia da Polícia Federal no município, onde realiza a entrevista

Esta é a segunda visita de Lewandowski ao Rio Grande do Norte desde a confirmação da fuga. No dia 18 de fevereiro, quinto dia de buscas, o ministro afirmou que não havia prazo para recaptura dos foragidos.

A operação para recaptura dos fugitivos envolve mais de 600 agentes de segurança, que atuam de forma integrada. São policiais federais, rodoviários federais, militares e civis, além da Força Nacional.

Deibson Nascimento e Rogério Mendonça fugiram da penitenciária de segurança máxima no dia 14 de fevereiro, na primeira fuga da história do sistema prisional federal, criado em 2006. Desde então, equipes tentam localizar e recapturar a dupla.

A última vez em que os dois foram vistos foi no dia 3 de março, em uma fazenda em Baraúna. Nas últimas semanas, as buscas se concentraram na zona rural do município, que faz limite com Mossoró.

Cães farejadores que atuam nas buscas pelos fugitivos de Mossoró detectaram presença humana em uma área de mata no início da manhã da terça-feira (12). O local fica a cerca de 10 km da cidade de Baraúna e foi vasculhado.

As equipes de busca das operações especiais do Bope, da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, chegaram nesta área na noite de segunda-feira (11), e os animais ficaram agitados.

No domingo (10), a Força Tarefa que atua nas buscas pelos foragidos ampliou o raio de buscas e realizou uma operação no assentamento Vila Nova 1, na zona rural de Baraúna, no Oeste potiguar.

O assentamento fica localizado a aproximadamente 9 km do local onde os fugitivos foram vistos pela última vez, no assentamento Vila Nova 2, também em Baraúna, ao saírem de uma plantação de banana. A polícia havia concentrado as buscas na região nos dias seguintes à aparição da dupla.

Nas novas buscas deste domingo, os policias entraram e revistaram algumas casas do Vila Nova I. Os moradores relataram que os investigadores acreditam que alguém está dando abrigo à dupla.

Pelo menos seis pessoas foram presas pelos investigadores por suspeita de ajudar ou tentar auxiliar os fugitivos, coordenadas pela facção Comando Vermelho. Cinco prisões foram em cumprimento a mandados de prisão, além de uma prisão em flagrante.

Simulações divulgadas pela Polícia Federal no início desta semana mostram possíveis aparências e disfarces dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró , no Rio Grande do Norte.

Segundo a Polícia Federal as projeções de crescimento de cabelo, barba e uso de disfarces foram elaboradas por papiloscopistas do setor de Representação Facial Humana do Instituto Nacional de Identificação (INI) da PF, em Brasília.

Ainda de acordo com a corporação, a divulgação das imagens visa facilitar o trabalho de buscas e o apoio da população com informações sobre os fugitivos. A corporação já anunciou recompensa de até R$ 30 mil para quem repassar informações que levem à recaptura dos foragidos.