Polícia faz novo cerco em área rural à procura de fugitivos após agricultores verem dupla sair de plantação no RN

Operação fez cerco em área de plantação na zona rural de Baraúna para recapturar fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi
Operação fez cerco em área de plantação na zona rural de Baraúna para recapturar fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró — Foto: Ayrton Freire/Inter TV CabugiOperação fez cerco em área de plantação na zona rural de Baraúna para recapturar fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró. Cachorros seguiram rastros e deram indicativos de que presos poderiam estar na área — Foto: Ayrton Freire/Inter TV CabugiHelicóptero sobrevoa baixo em busca de fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró em plantação na zona rural de Baraúna — Foto: Ayrton Freire/Inter TV CabugiFuga da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte — Foto: Arte/ g1Imagens exclusivas das câmeras de segurança mostram a fuga na Penitenciária Federal de MossoróNomes de fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró já aparece na lista da Interpol — Foto: Reprodução

Por g1 RN — A polícia fez um novo cerco a uma área rural de Baraúna, região Oeste do Rio Grande do Norte, em busca dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, nesta quinta-feira (29). Trabalhadores rurais relataram à polícia que viram dois homens suspeitos saírem de uma plantação, em uma área distante cerca de 30 km do presídio.

A fuga de Rogério Mendonça e Deibson Nascimentoaconteceu no dia 14 de fevereiro e foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal desde a criação, em 2006. As buscas pelos fugitivos – que contam com cerca de 600 agentes de segurança – entraram no 17º dia nesta sexta-feira (1).

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O cerco iniciado na quinta-feira e entrou na madrugada desta sexta e ocorreu nas proximidades do Assentamento Vila Nova 2, zona rural da cidade de Baraúna, que é vizinha a Mossoró e faz divisa com o Ceará.

Os policiais foram avisados por trabalhadores das fazendas da região, que disseram ter visto, por volta das 14h, dois homens que estavam sujos saindo de uma plantação de banana e atravessando uma estrada vicinal em direção a uma área de mata.

Os trabalhadores informaram aos policiais que os dois não eram pessoas conhecidas do assentamento, o que despertou a desconfiança. Eles relataram também que antes de atravessarem a estrada, a dupla esperou uma moto passar por todo o trecho para depois sair da plantação.

Os policiais iniciaram as buscas na região com o uso de drones com sensores térmicos, helicóptero e outros aparatos tecnológicos. Dois cães farejadores seguiram rastros e deram indicativos de que os suspeitos poderiam estar na área. O cerco passou da meia-noite, mas não localizou os fugitivos.

As buscas já duraram 17 dias e se concentraram desde o início nas áreas rurais entre as cidades de Mossoró e Baraúna, que são ligadas pela RN-015, onde fica o presídio.

Para manter o efetivo focado na região, os investigadores se basearam em pistas deixadas ao longo dos dias de buscas, como a invasão a duas casas, e a descoberta de uma chácara usada pelos criminosos como esconderijo – o dono do local foi preso suspeito de auxiliar na fuga.

A operação conta com helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 600 homens das forças de segurança da Força Nacional, estadual e federal – incluindo equipes de elite da PF e da PRF.

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O Fantástico mostrou como são, por dentro, as celas de onde os presos fugiram, e também a dinâmica da fuga. Os detentos – que estavam em celas individuais lado a lado – conseguiram escapar ao retirarem as luminárias das celas. Para isso, utilizaram pedaços de ferro.

A investigação trabalha com a hipótese de que os ferros podem ter sido retirados da estrutura da cela, como das paredes ou até debaixo de uma mesa, também de concreto. Os detentos também usaram uma mistura de sabonete e papel higiênico como uma espécie de reboco para camuflar os buracos feitos.

Após saírem da cela, eles entraram num espaço conhecido como ‘shaft’, onde passam dutos e a rede elétrica, e que deu acesso ao teto da penitenciária, de onde desceram para uma área externa.

Em seguida, cortaram a grade de arame do pátio – com um alicate, que a investigação acredita que estava na obra – e fugiram sem serem notados.

Os dois fugitivos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos – três deles decapitados.

Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.

Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, é acusado de assaltos no Acre, Já preso foi acusado de mandar matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.

Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).

Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.