Relatório sobre “combustíveis do futuro” está pronto para ser votado no Plenário da Câmara dos Deputados

Discussão e votação de propostas. Dep. Arnaldo Jardim(CIDADANIA - SP)
O deputado Arnaldo Jardim é o relator a proposta sobre "combustíveis do futuro" - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Por Câmara dos Deputados — O relatório do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) para seis projetos (PL 528/20 e apensados) que tratam dos “combustíveis do futuro” estabelece que a mistura do etanol na gasolina poderá chegar a 35%, se houver viabilidade técnica. Hoje esse percentual é de 27,5%. O texto também permite que a mistura de biodiesel no diesel comum saia dos atuais 15% para até 25% a partir de 2031.

Jardim disse que se baseou no projeto enviado pelo Executivo em 2023 (PL 4516/23) que já indicava um aumento do biodiesel no diesel para 20% até 2030. Em relação ao etanol, o percentual máximo fixado pelo governo era de 30%.

O relator disse que o texto deve ser analisado em breve pelo Plenário da Câmara dos Deputados e que deve alavancar muitos investimentos no País. “Uma estimativa que nos foi trazida é que esse conjunto de mudanças pode significar um investimento de largada de US$ 200 bilhões”, afirmou.

Aviação
O projeto em análise na Câmara também prevê a criação de um Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação. Segundo Arnaldo Jardim, como aconteceu com o etanol e o biodiesel, esse novo tipo de combustível, conhecido como SAF (do inglês Combustível Sustentável de Aviação), vai se tornar competitivo gradualmente.

“O SAF, num primeiro momento, vai custar mais que o querosene de aviação. Mas o que ele faz de cadeia, de ganho ambiental, é uma exigência mundial”, afirma Arnaldo Jardim. Ele lembra a Europa e os Estados Unidos já estão produzindo esse combustível. “O avião que sai daqui pousa lá, não dá para trocar de combustível no meio do caminho”, explica.

O deputado disse estar confiante de que haverá um ganho posterior. “Isso tem sido a experiência com energia renovável”, destacou Arnaldo Jardim.

Pelo programa, as companhias aéreas deverão reduzir em 1% as emissões de gases de efeito estufa a partir de 2027, alcançando 10% em 2037.

Outros combustíveis
O texto em análise traz outras inovações em relação ao mercado de combustíveis:

Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – Rachel Librelon