Delegação israelense vai ao Catar para negociações de cessar-fogo

Por Agência Brasil — Autoridades israelenses se dirigiram nesta segunda-feira (26) ao Catar, onde o Hamas tem escritório político, para trabalhar em um acordo de trégua e libertação de reféns em Gaza, disse uma fonte à Reuters, um passo para consolidar um cessar-fogo que, segundo Washington, está próximo.

Israel está sendo pressionado por seu principal aliado, os Estados Unidos, a concordar com uma trégua em breve, para evitar a ameaça de ataque israelense a Rafah, a última cidade no extremo sul da Faixa de Gaza, onde mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave estão abrigados.

A delegação de trabalho israelense, composta por agentes das Forças Armadas e da agência de espionagem Mossad, foi encarregada de criar um centro operacional para apoiar as negociações. Sua missão incluiria a verificação dos militantes palestinos que o Hamas quer libertar como parte de um acordo de libertação de reféns.

A missão israelense sugere que as negociações de paz na guerra de Gaza estão mais adiantadas do que nunca desde um grande impulso no início de fevereiro, quando Israel rejeitou contraoferta do Hamas para trégua de quatro meses e meio.

Na semana passada, autoridades israelenses discutiram os termos de um acordo de libertação de reféns, em conversações em Paris com delegações de Estados Unidos, Egito e Catar, mas não do Hamas.

A Casa Branca disse que eles haviam chegado a “entendimento” sobre os contornos de um acordo de reféns, embora as negociações ainda estivessem em andamento. A delegação israelense informou o gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no final do sábado.

Fontes de segurança egípcias disseram que negociações de proximidade envolvendo delegações de Israel e do Hamas – que se reuniriam por meio de mediadores na mesma cidade, mas não pessoalmente – seriam realizadas nesta semana, primeiro no Catar e depois no Cairo.

Israel não comentou oficialmente sobre essas negociações e não houve nenhuma palavra imediata dos anfitriões do Catar nesta segunda-feira.

Os lados permanecem publicamente distantes em seus objetivos finais: O Hamas, que governa a Faixa de Gaza e precipitou a guerra ao atacar o Sul de Israel em 7 de outubro, diz que não libertará os mais de 100 reféns que ainda mantém em seu poder, a menos que Israel prometa se retirar de Gaza e acabar com a guerra.

Israel afirma que negociará apenas uma pausa temporária nas hostilidades para libertar os reféns, que não interromperá totalmente sua campanha terrestre até que o Hamas seja erradicado e que deseja o controle geral da segurança de Gaza por tempo indeterminado.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.