Fala de Barroso sobre ataque a sistema eleitoral é ‘ofensa grave’, diz Defesa

Ministro da Defesa afirmou que a fala de Barroso é uma “ilação ou insinuação” e que não há provas. — Foto: Marcos Correa/PR

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou neste domingo (24) considerar uma “ofensa grave” a declaração dada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que as Forças Armadas “estão sendo orientadas para atacar o processo” eleitoral brasileiro”.

Por meio de nota, Oliveira afirmou ainda que a fala de Barroso é uma “ilação ou insinuação” e que não há provas de que as Forças Armadas “teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”. O general também classificou a declaração do ministro do Supremo como “irresponsável”.

“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, disse Oliveira.

Na mesma nota, o ministro da Defesa acrescentou que as “Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e calcadas em acurado estudo técnico realizado por uma
equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão”.

“As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos”, acrescentou.

A fala de Barroso aconteceu em um seminário sobre o Brasil promovido pela Universidade Hertie School, de Berlim, na Alemanha, em uma participação por teleconferência.

“E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar? Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo?”, questionou o ministro do Supremo. “Desde 1996 não tem um episódio de fraude no Brasil. Eleições totalmente limpas, seguras e auditáveis”, afirmou Barroso.

Em março, o TSE recebeu sugestões das Forças Armadas para aprimorar o funcionamento das urnas eletrônicas. O documento foi encaminhado à Comissão de Transparência das Eleições, formada pelo TSE com representantes de diversas instituições e setores da sociedade.

Com informações da CNN