Justiça condena a 18 anos de prisão rapaz que matou marido da amante por R$ 50 e um celular

Mulher esperava receber R$ 30 mil do seguro de vida do marido e herdar R$ 300 mil pela casa construída com ele — Foto: Reprodução/TV Globo

Por Guilherme Pimenta, G1 Minas — Samuel Felipe da Paixão, de 19 anos, foi condenado pela morte de Joaniz Divino de Almeida. A vítima era casada com Luciane Araújo Silva, de 38 anos, com quem Samuel tinha um relacionamento. A sentença foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na noite desta segunda-feira (23).

De acordo com a Justiça, Luciane pagou R$ 50,00 a Samuel e mais um aparelho celular para que ele cometesse o crime. O dinheiro foi utilizado para pagar o transporte dos criminosos que executaram a vítima. A polícia não conseguiu identificá-los.

Segundo o TJMG, Luciane atraiu o marido para a casa por volta das 10h do dia 2 de julho. Alegou que estaria passando mal e precisava da ajuda dele. O homem deixou o serviço e voltou para a casa, no Bairro Mineirão, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Ele foi surpreendido pelos criminosos e foi agredido com golpes na cabeça e facadas no abdômen.

A polícia encontrou o corpo da vítima com sinais de tortura. O júri popular condenou Samuel por homicídio qualificado, com emprego de tortura, mediante emboscada e promessa de recompensa.

Segundo o TJMG, Luciane ainda deve responder pelo crime. Os advogados dela conseguiram o desmembramento do processo. A data do julgamento dela ainda não foi marcada.

Relembre o caso

De acordo com a delegada Bianca Mondaini, a mulher e o rapaz mantinham um relacionamento extraconjugal durante seis meses. Ainda segundo a delegada, Luciane contava a Samuel que era agredida pelo marido.

A motivação para Luciane ser mandante do crime, ainda de acordo com Mondaini, era um seguro de vida de R$ 30 mil e uma casa em fase final de construção em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O imóvel foi avaliado em R$ 300 mil.

Para a execução, Samuel teria chamado uns conhecidos dele na Pedreira Prado Lopes, uma favela na Região Noroeste de Belo Horizonte, porque ele não teria coragem de matar.

No dia do crime, ainda de acordo com o que Luciane contou à polícia, a casa onde ela morava com Joaniz foi invadida por criminosos que a ameaçaram e a obrigaram a sair do imóvel, por volta das 11h.

As investigações revelaram que Luciane saiu da casa e deixou o marido com os criminosos, parou em um bar para beber e depois foi em um bairro distante para comprar um guarda-roupa para a casa nova.

Perto das 16h, quando voltou para casa, ela encontrou o corpo do marido na sala. A delegada diz que, em vez de ligar para a polícia ou para o Samu, Luciane chamou o irmão de Joaniz. Quando ele chegou, ela disse que iria se deitar porque estava muito cansada. Luciane e Samuel foram presos ainda na terça-feira (2).

À imprensa, Samuel confirmou que contratou os conhecidos para matar o marido de Luciane, com quem tinha uma “amizade colorida”. Ele nega ter participado efetivamente da execução, mas disse não se arrepender justamente porque não matou.

Na mesma ocasião, Luciane disse aos jornalistas que se Samuel matou o marido dela porque ele “gosta de matar”.