Presidente da OAB no RN defende afastamento temporário de Moro

Presidente da OAB no Rio Grande do Norte, Aldo Medeiros — Foto: José Aldenir / Agora RN

Do portal Agora RN – O presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio Grande do Norte, Aldo Medeiros, defende o afastamento temporário do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do coordenador da força–tarefa da Lava Jato, o procurador federal Deltan Dallagnol, e dos demais envolvidos nas conversas publicadas no último domingo, dia 9, pelo site The Intercept Brasil, até que sejam feitas e concluídas as investigações sobre o caso.

O posicionamento da OAB potiguar segue o ordenamento nacional da instituição, que publicou uma carta pedindo uma “investigação plena, imparcial e isenta”, apontando ainda que caso configura uma “possível relação de promiscuidade” na condução de ações penais no âmbito da Lava-Jato.

“Ficamos surpresos com a aproximação entre o Ministério Público [Federal do Paraná, coordenador da Lava Jato] e o julgador [o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro]”, pontuou Aldo Medeiros, em entrevista ao Jornal Agora, da rádio Agora FM (97,9 FM).

Segundo Aldo Medeiros, as informações transcritas pelo site The Intercept Brasil mostram que o então juiz Sérgio Moro mantinha uma relação conflituosa com os procuradores da operação Lava Jato. “Um dos exercícios mais praticados pelos advogados tem sido o de imaginar qual seria o resultado se a Procuradoria tomasse conhecimento da relação próxima entre um julgador e um advogado. No mínimo, pediria a prisão do advogado”, avaliou.

Além disso, o presidente da OAB potiguar recriminou o fato de que Sérgio Moro, enquanto magistrado, de acordo com as denúncias publicadas na imprensa, ultrapassou os “limites” da atuação como operador da justiça.

“Não podemos admitir que o julgador, seja ele qual for, mesmo com todo o serviço prestado ao país, misture a situação a ponto de orientar a qualquer uma das partes, seja a defesa ou a acusação. E, pelo que tem sido divulgado, parece que houve uma grave irregularidade”, reforçou o advogado Aldo Medeiros.