Projeto da UFRN realiza atendimento médico virtual e dá orientações sobre o coronavírus no Seridó

Intenção é evitar o descolamento desnecessário a unidades de saúde, o que facilitaria o contágio do coronavírus — Foto: Divulgação

Por Inter TV Costa Branca — Um projeto desenvolvido por professores e estudantes da UFRN tem realizado atendimentos virtuais para moradores de cidades da região Seridó do Rio Grande do Norte e dado as primeiras orientações em casos que podem estar relacionados com o novo coronavírus. Atualmente, mais de 400 pessoas já foram atendidas pelo Telessaúde no Sertão.

A intenção do projeto é facilitar o diagnóstico de algumas doenças de forma mais simples para que não haja deslocamento desnecessário para unidades de saúde, o que pode facilitar o contágio pelo novo coronavírus nesse momento de aumento da curva de contaminação em todo o estado e principalmente nos interiores.

“O coronavírus ainda é, em muitos aspectos, um mistério para todos nós que estudamos isso. Imagina a população que recebe o tempo todo notícias falsas e nem sempre acompanha as alterações de protocolo? As mudanças são muito dinâmicas, e as pessoas precisam de informação simples. Damos orientações epidemiológicas e clínicas para conter a doença, evitando novas infecções e também direcionando o paciente no fluxo correto dentro da rede de saúde”, explicou o professor Diego Bonfada, que é um dos coordenadores do projeto.

A plataforma funciona através de uma inteligência artificial nomeada de Francisco, ou Chico, que abre uma conversa virtual com um paciente e faz uma triagem para entender qual tipo de atendimento é necessário. Ao todo, cerca de 25 pessoas entre estudantes e professores estão participando do projeto.

Em um chat, é possível conversar diretamente com um desse profissionais e receber as orientações específicas sobre o que se deve fazer com os sintomas apresentados ou qual serviço procurar, caso seja necessário. Há ainda atendimento por telefone e videochamada – essas chamadas atualmente estão disponíveis apenas para moradores de Caicó.

“Com as particularidades do coronavírus, em que uma pessoa com sintomas leves poderia contaminar outras ao procurar atendimento presencial ou poderia se contaminar, já que ela poderia estar com sintomas causados por outro motivo, o teleatendimento é benéfico pois traz recomendações e orientações de forma a mantê-la segura e informada até conseguir um atendimento presencial de forma segura”, falou a estudante do sexto período de Medicina, Heloísa Freitas, que participa do Telessaúde.

O projeto foi desenvolvido pela Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte (EMCM) da UFRN.

A Telessaúde no Sertão acontece em parceria com a startup de inovação em serviços de saúde Salu. A startup foi criada em 2019 por três estudantes de medicina da EMCM que a criaram na intenção de realizar serviços de saúde domiciliar. A plataforma, assim, serviria para agendamento de visitas com profissionais a monitoramento clínico. Para funcionar no novo formato do Telessaúde houve uma pequena adaptação.