Por Boni Neto – O vereador Cícero Martins (PTB) classificou a gestão do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) como “sebosa”. Recentemente, o parlamentar utilizou o púlpito da Câmara Municipal de Natal para desabafar acerca da administração municipal. Em entrevista concedida ao Portal Agora RN/Agora Jornal, o vereador explicou que tem estado descrente com a política natalense, pois vê alguns de seus colegas vereadores coniventes com as ações do prefeito que ele diz reprovar.
“A gestão de Carlos Eduardo é simples: uma gestão de política tradicional e sebosa; não tem outra forma de avaliar. Está aí mais uma cena da ligação da trama feita para tirar o vereador Aldo [Clemente, do PMB], é assim que o prefeito trabalha: sempre em cima de trama. Se o Ministério Público quisesse, era só ir nas secretarias e nas terceirizadas pegar os escravos dos vereadores e do prefeito, para saber que eles estão sendo manipulados pelos vereadores a mando do prefeito – por isso ‘sebosa’. Tradicional, porque Carlos Eduardo é uma das coisas mais antigas de Natal. Por isso sou totalmente revoltado com a forma como ele vem fazendo administração, e pior, a mantendo. Se os vereadores tivessem compromisso com 50% de renovação da Câmara, teríamos uma melhoria. Sem vereador, porque eles estão literalmente entrando no jogo do prefeito, fica difícil trabalhar”, lamentou.
Um assunto que tem chamado atenção de Cícero e da população natalense – e que vem revoltando o vereador – é o iminente “reordenamento” dos comerciantes que atuam no Alecrim dentro do chamado “camelódromo”. De acordo com o parlamentar, a intenção da prefeitura de Natal e tirar os camelôs do local para uma empresa de São Paulo utilizar o espaço. Cícero, todavia, revelou que a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e seu titular Jonny Costa, sequer detalharam que empresa é esta que está celebrando um suposto contrato com a prefeitura e, pior – o que acontecerá com os camelôs e comerciantes quando forem despejados.
“Observei numa matéria veiculada pela imprensa, sobre o secretário Jonny Costa, que há uma parceria público-privada entre a prefeitura e uma empresa de São Paulo que ele nunca deu o nome, nem sequer na Câmara. Se é uma parceria público-privada deveria haver algum tipo de licitação, mas ninguém ouviu falar disso na cidade. Segundo ponto: Jonny diz que há um questão comercial entre eles. Logo, há um vínculo de contrato. Solicitei a Semsur esse contrato entre a prefeitura e a empresa paulista e não obtive resposta. Nem a Câmara e nem a sociedade natalense foram comunicadas para onde vãos os camelôs. Nossa preocupação como legislador é defender a sociedade. Eu e Sandro Pimentel (PSOL) fizemos requerimento em caráter de urgência que será votado nesta terça-feira (26) na Casa para que o secretário compareça e se explique a nós e à sociedade. A gente acredita que [o requerimento] pode passar, mas como a base do prefeito é grande, ninguém sabe o que pode acontecer…”, disse.
Uma informação alarmante dada pelo vereador é que os comerciantes dos camelôs têm menos de oito dias úteis para retirarem suas coisas do Alecrim – prazo concedido pela SEMSUR. Cícero Martins, por sua vez, confirmou que entrará com uma liminar para suspender esse prazo. “Ele deu até 4 ou 5 de outubro para o pessoal desocupar as calçadas do Alecrim, e no dia 7 já querem começar a mexer – temos menos de 8 dias uteis. Imagina como está a cabeça desse povo? Vamos entrar com liminar para suspender esse prazo e termos um diálogo. Esse prazo é impossível”, contestou o vereador.
*Retirada do Portal Agora RN
