Por g1 RN — A queda do caça da Força Aérea Brasileira nesta terça-feira (22) em Parnamirim, na Grande Natal, foi vista por alguns moradores e trabalhadores da região, que chegaram a registrar o avião com fogo e perdendo altitude.
O piloto direcionou o avião para cair em uma área de mata desabitada antes de ejetar e se salvar, segundo a FAB.
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Atendido inicialmente no hospital da FAB, o piloto foi transferido para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, onde realizou uma tomografia e foi liberado ainda na tarde de terça – ele teve uma luxação no ombro.
A área de mata onde o avião caiu fica próxima a residências, condomínios e comércios. Por isso, a queda do avião foi presenciada por algumas pessoas. O g1 RN reuniu alguns desses relatos.
Administradora de um condomínio que fica próximo ao local onde ocorreu o acidente, Luana Lima contou que estava no escritório quando viu o avião passar. Ao perceber o que achava ser fogo na aeronave, ela decidiu sair para ver melhor o que acontecia.
“Eu vi esse avião vindo e olhei, como de costume, porque o barulho é intenso e eu tenho que parar, porque não consigo trabalhar no escritório por causa do barulho. Quando observei, vi um pouquinho de fogo, achei esquisito. Aí saí da administração para olhar”, contou.
Segundo ela, logo em seguida, já foi possível ver que o avião caía. “Ele já foi perdendo altitude, foi caindo, baixando, e o fogo foi aumentando. Deu tempo só do piloto ejetar e subiu aquela bola de fogo laranja enorme acompanhado de uma fumaça preta”, relatou.
Morador de Parnamirim, o gari Fernando Castro disse que costuma acompanhar as aeronaves decolando da Base Aérea que fica na cidade, mas que notou que havia algo diferente no caça que caiu nesta terça.
“No momento em que a aeronave subiu eu estava na frente da minha casa almoçando. Sempre a gente vê a aeronave subindo. Só que nessa aeronave agora, a gente notou uma coisa estranha, que ela ia fumaçando muito na parte de trás”, contou.
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Ele disse que viu a aeronave soltar uma parte ao se distanciar da casa dele. “Não sei se foi a aeronave que se dividiu ou se foi o piloto que ejetou. Com poucos instantes depois, a gente escutou uma explosão e o fumaceiro”, contou.
O pintor Wemerson Oliveira estava trabalhando em um condomínio próximo ao local da queda no momento do acidente.
O jornalista Jocaff Souza, que mora em um bairro próximo à queda do acidente, disse que o barulho foi alto após a queda.
“Foi um estrondo muito alto, fora do comum. Os aviões estão passando por aqui nessa região por conta da Cruzex, em treinamento. A base aérea é muito próxima dessa região”, disse.
O comerciante Breno Moura disse que não presenciou o momento da queda, mas passou poucos minutos depois pela rodovia que dá acesso à área de mata no qual o caça caiu, a RN-313.
“Tinha muitas peças. Bastante peça e fogo. Foi na hora que o Corpo do Bombeiro estava chegando”, disse. “A gente pensou que era mais pra dentro [da mata]. Quando gente passou na hora, estavam os ‘bagaços’ [destroços] todos na estrada”, relatou.
O motorista Antônio Faustino também disse ter visto partes do avião e fogo ao passar na rodovia antes dela ser bloqueada pela FAB e pelo Corpo de Bombeiros.
“Eu vi os destroços. Tinha fogo, o pessoal ainda passando. Não tinha nenhum bombeiro, não tinha nada. A passagem estava liberada, só muita fumaça e fogo”, disse. “Era muito fogo dos dois lados. E destroços espalhados”, completou.
A RN-313, conhecida como Cajupiranga, ficou totalmente interditada após a queda do avião. O Corpo de Bombeiros fechou a via para conter as chamas na vegetação. veja no vídeo abaixo.
Um caça da FAB caiu na Grande Natal na tarde desta terça. O avião caiu em Parnamirim, município da Grande Natal, em uma área de mata próxima a vários condomínios residenciais. De acordo com a FAB, o piloto – antes de ejetar – direcionou a aeronave para uma região desabitada.
O modelo da aeronave era o F-5M, que estava um voo de treinamento.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e enviou duas equipes “para conter o avanço do fogo na vegetação, a fim de evitar que se alastre para áreas próximas”.
A FAB informou que o acidente será investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Entre 3 e 15 de novembro a Base Aérea de Natal recebe o Exercício Cruzeiro do Sul (Cruzex) – exercício multinacional e operacional organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) que visa o treinamento conjunto em cenários de conflito e promove a troca de experiências entre os países participantes.
A edição de 2024 vai reunir 16 países, mais de 2.000 militares e cerca de 100 aeronaves, entre brasileiras e estrangeiras.
Esse é o maior treinamento multinacional de guerra da América Latina, liderado pela Força Aérea Brasileira, com a participação do Exército e da Marinha do Brasil. Estão previstas mais de 1.500 horas de voo, com vários tipos de missões, incluindo ataque ao solo, superioridade aérea, escolta e reabastecimento em voo.