Inquérito do caso Ana Sophia vai se tornar público e pode ajudar polícia a encontrar corpo, diz delegado

Ana Sophia desapareceu em Bananeiras no dia 4 de julho de 2023 — Foto: Maria das Graças Gomes/Arquivo pessoal
Ana Sophia desapareceu em Bananeiras no dia 4 de julho de 2023 — Foto: Maria das Graças Gomes/Arquivo pessoalTiago Fontes é o principal suspeito do desaparecimento de Ana Sophia, em Bananeiras, e está foragido — Foto: Divulgação

Por g1 PB — O inquérito do caso Ana Sophia, que foi encerrado nesta quinta-feira (2), deve se tornar público e pode ajudar a polícia a encontrar o corpo da menina, conforme a expectativa do delegado Aldrovilli Grisi, que conduziu as investigações. A criança de 8 anos desapareceu em julho de 2023 no distrito de Roma, no município de Bananeiras, no Brejo paraibano.

O documento contendo os detalhes da investigação foi encaminhado à Justiça da Paraíba também na quinta-feira (2). De acordo com o resultado final do inquérito, Tiago Fontes matou Ana Sophia, ocultou o corpo da menina e tirou a própria vida dois meses depois de ter cometido o crime.

“Um crime cometido em um local privado, executado apenas por ele, em que o corpo foi ocultado em local incerto e não sabido. Essa certeza foi dada pelos frutos das investigações empreendidas pela força-tarefa montada no intuito de solucionar esse desaparecimento. São provas testemunhais, provas técnicas periciais, são relatórios de investigação dos agentes da força-tarefa que nos dão a certeza da responsabilidade de concluir esse inquérito da forma como foi apresentado ontem”, afirma o delegado Aldrovilli Grisi.

De acordo com o delegado Grisi, o acusado pesquisou informações na internet, por exemplo, sobre como matar uma criança asfixiada.

“Nós estávamos lidando com um homem inteligente, conhecedor de tecnologia da informação, tinha acesso a informação e planejou o crime. Nós sabemos que o ideal seria concluir a investigação com o encontro do corpo da criança, mas infelizmente a polícia trabalha com informação, nós não temos bola de cristal”, informou.

O delegado Aldrovilli Grisi afirmou que se a população da região se lembrar de alguma informação que ajude a polícia pode denunciar, de forma anônima, através do 197. A população também pode ir até a sede seccional da Polícia Civil em Solânea.

Ainda não há data para o inquérito ser disponibilizado de forma pública.

Ana Sophia desapareceu em 4 de julho, por volta de 12h, quando pediu à mãe para ir brincar na casa de uma colega, como era de costume. A menina de 8 anos era acostumada a andar pelas ruas do distrito de Roma, no município de Bananeiras. Ela se despediu por três vezes e saiu usando um vestido azul florido. Ana Sophia foi até a casa da colega, mas não permaneceu por muito tempo, pois a menina estava de saída com a família para Solânea, cidade vizinha a Bananeiras.

Imagens de câmeras de segurança mostraram Ana Sophia entrando na casa de Tiago Fontes. Depois, a menina não foi mais vista.

O inquérito concluiu que o crime foi premeditado por Tiago Fontes. Segundo as investigações, essa conclusão foi atingida, após pesquisas encontradas no celular do investigado, que foi encontrado morto em novembro.

“Tiago planejou o crime 4 meses antes. Em março ele já pesquisava como matar asfixiada uma criança de 7 anos, idade de Sophia na época”, afirmou Diógenes Fernandes, ainda no ano passado. Ele é um dos delegados responsáveis pelo caso.

Além disso, o inquérito apontou também que o crime teve motivação sexual e que o suspeito agiu sozinho.

Segundo o inquérito, Tiago pesquisou em seu aparelho celular sobre estágio e decomposição de corpo humano e ocultação de cadáver, horas depois do desaparecimento de Ana Sophia e instantes antes das buscas serem iniciadas. Tiago Fontes pesquisou sobre vários casos de desaparecimentos de criança que envolvem morte e estupro.

De acordo com a Polícia Civil, a cronologia das pesquisas no celular de Tiago Fontes foram:

Ana Sophia desapareceu em 4 de julho, por volta de 12h.