Pelo segundo dia consecutivo, motoboys de João Pessoa realizam protesto pedindo respeito

Motoboys se mobilizam pela segunda noite consecutiva no bairro de Cuiá — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução
Motoboys se mobilizam pela segunda noite consecutiva no bairro de Cuiá — Foto: TV Cabo Branco/ReproduçãoPolícia reage com violência ao protesto dos motoboys — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Por g1 PB — Pelo segundo dia consecutivo, motoboys de João Pessoa realizaram um protesto no bairro de Cuiá exigindo respeito à categoria. A mobilização aconteceu na principal rotatória do bairro, na noite dessa quinta-feira (2), depois que um entregador acusou o dono de uma academia de ginástica do bairro de agressão.

Os motoboys fecharam uma das vias principais do Cuiá e, tal como da primeira vez, a Polícia Militar da Paraíba foi acionada. Os policiais usaram de violência, com o uso de gás de pimenta e balas de borracha, para dispersar a mobilização. No fim de tudo, um motoboy foi preso, suspeito de jogar uma bomba do tipo cordão nos militares.

Antes da reação da PM, contudo, um dos presentes no protesto, o motoboy Léo Martins, pediu respeito aos profissionais de entrega.

“No dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, um motoboy foi xingado, empurrrado, pelo simples fato da cliente não ter dado o código para ele, que é uma norma dentro do aplicativo”, lamentou.

Em seguida, ele disse que a violência contra a categoria é sistêmica, uma situação cotidiana, diária, na vida deles..

“O motoboy foi envergonhado, xingado. E isso não acontece só pontualmente, acontece todos os dias. Quando não é por conta dos códigos, é por conta dos atrasos, que muitas vezes a culpa não é nossa, mas dos restaurantes”, frisou.

O protesto se iniciou no início da noite, mas começou a ficar tensa às 19h15. Quinze minutos depois, a mobilização foi dispersada com o uso da força.

O coronel Beuttenmuller, da PM, disse que a Polícia Militar foi até o local para fazer um diálogo com os motoboys para que não houvesse nenhum contratempo. Já o tenente Magno destacou que a manifestação acontecia de forma pacífica, mas que em dado momento alguns indivíduos “começaram a arremessar artefatos explosivos contra a guarnição”.

As mobilizações da categoria aconteceram pela primeira vez na quarta-feira (1º). Naquele dia, um motoboy acusou um dono de academia de ter lhe agredido, ao se negar a passar o código exigido pelo aplicativo.

Depois das reações, o homem acusado da agressão admitiu que empurrou o motoboy e gravou um vídeo pedindo deculpas. “Não tenho nada contra a classe dos motoboys. Foi um erro meu”, resumiu.