Bairros e comunidades de Ipanguaçu seguem ilhados mais de 10 dias após enchentes na cidade

Ruas em Ipanguaçu estão alagadas — Foto: Amanda Melo/Inter TV Costa Branca
Ruas em Ipanguaçu estão alagadas — Foto: Amanda Melo/Inter TV Costa BrancaCasas alagadas em Ipanguaçu — Foto: Amanda Melo/Inter TV Costa BrancaRuas alagadas em Ipanguaçu — Foto: Amanda Melo/Inter TV Costa BrancaAlagamentos começaram após sangria do Açude Pataxó — Foto: Amanda Melo/Inter TV Costa Branca

Por g1 RN — Bairros e comunidade de Ipanguaçu, município na Região Oeste do Rio Grande do Norte, permanecem com as ruas e casas alagadas mais de 10 dias após as fortes chuvas e transbordamento de açudes que atingiram a região, no dia 1º de abril.

No dia 2 de abril, o município decretou estado de calamidade com validade de 90 dias.

Segundo levantamento da prefeitura, cerca de 2 mil famílias moram em áreas atingidas pelas enchentes – elas foram cadastradas pela Secretaria de Assistência Social para receberem cestas básicas e assistência médica.

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O cenário atual é de barcos passando pelas ruas de pelo menos três bairros: Maria Romana, Pinheirão e Ubarana. A prefeitura de Ipanguaçu alugou 10 barcos para o transporte de moradores na zona urbana da cidade. O serviço é feito por pescadores e canoeiros da região.

“A gente dispõe de oito tratores para a população, que chega com leite, para agricultores que têm suas mercadorias para fazer a travessia. Estamos dando toda a assistência”, explicou o coordenador da Defesa Civil, André Cortez.

Na zona rural, pelo menos 16 comunidades estão isoladas, segundo a Defesa Civil, com o acesso sendo auxiliado pelo uso de barcos e canoas. Além de casas e ruas, áreas de plantio, como de produção de bananas, foram destruídas pelos alagamentos.

O alagamento na cidade aconteceu após a sangria do Açude Pataxó. A lâmina da sangria chegou a ser de 1,1 metro, mas nesta quinta-feira (11) estava com 38 centímetros.

De acordo com a prefeitura de Ipanguaçu, cerca de 40 famílias desalojadas foram levadas para escolas públicas da cidade. O Município explicou que algumas pessoas preferiram não sair das localidades, apesar dos riscos de alagamento.

Uma dessas pessoas foi o agricultor José Nilton da Fonseca. Ele contou que a água começou a subir na rua e que ele colocou os móveis em cima dos tijolos. Mesmo com o risco da água alagar a casa dele, o agricultor preferiu ficar na residência com a família.

“Eu demorei um pedaço, porque aqui era mais difícil a água subir. A água subiu mais ou menos um palmo. Eu disse que esperaria subir pelo menos dois palmos pra gente sair. Mas aí foi baixando”, disse o agricultor.

A Defesa Civil tem monitorado as áreas atingidas desde o alagamento. Um comitê de crise foi instalado para atender os casos de emergência e traçar estratégias em casos de novas chuvas.

“A estimativa é de mais chuva, então, se chover, com certeza vai piorar aqui”, disse o coordenador da Defesa Civil, André Queiroz.

Na manhã desta quinta-feira (11), equipes da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern) vistoriaram casa inundadas no bairro Ubarana, porque na noite de quarta a energia foi cortada em 80 imóveis.

Segundo a Companhia, o corte nesse caso é um procedimento padrão por conta dos riscos de choques elétricos. Após a vistoria, os técnicos religaram a energia em algumas casas – pelo menos 10 se mantiveram sem energia até que o nível da água possa diminuir.