Unidades de saúde de Natal atenderam 2,3 mil vítimas de violência doméstica ou autoprovocada em 2023, diz SMS

Leitos no Hospital João Machado, em Natal. — Foto: Divulgação
Leitos no Hospital João Machado, em Natal. — Foto: Divulgação

Por g1 RN — As redes pública e privada de saúde de Natal receberam 2.324 notificações de pacientes que sofreram de violências interpessoais (ou domésticas) e autoprovocadas no ano de 2023.

Os dados estão no 1º Boletim Epidemiológico de Violências Interpessoais e Autoprovocadas, divulgado nesta terça-feira (9) pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS).

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As notificações foram divididas da seguinte forma:

Entenda abaixo o que significa cada notificação:

Os dados sobre violência interpessoal e autoprovocada são considerados notificações compulsórias para unidades de saúde de todo o Brasil desde 2014, devendo ser notificados obrigatoriamente pelo profissional de saúde no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), caso observe a suspeita ou confirmação de ocorrências de violência.

Das 642 notificações de violência interpessoal registradas em Natal em 2023, 475 das ocorrências foram com vítimas pessoas do sexo feminino.

Segundo o boletim, a violência física foi a que apresentou mais registros, em 418 casos, seguida da violência sexual, com 210 casos.

743 casos de violência autoprovocada, sendo o perfil epidemiológico das vítimas contabilizando

Já a violência autoprovocada teve registro maior de ocorrência também com mulheres: 523 casos registrados (do total de 743).

O boletim também detalhou os suicídios que foram registrados nas unidades de saúde das redes pública e particular. Dos 48 casos notificados, 40 foram de homens, segundo o Sistema Informação de Mortalidade (SIM).

Segundo a coordenadora do Núcleo de Doenças e Agravos não Transmissíveis da SMS, Amanda Morais, o Ministério da Saúde monitora, através dos serviços de saúde, a amplitude do agravo nos grupos mais vulneráveis.

“Então esse boletim é importante para esclarecer ao público em geral o panorama da violência em suas diferentes tipificações, no território de Natal, que podem servir de base para implementação de ações de saúde pública”, explicou.

Para a coordenadora do setor de Vigilância Epidemiológica de Natal, Elecinda Elaine Moreira, o monitoramento também serve de alerta aos profissionais de saúde e à população, e pode possibilitar uma cultura de prevenção aos agravos relacionados à saúde mental.

A coordenadora diz que o boletim auxilia também na implantação de políticas públicas.

“A publicação deste boletim possibilitará realizar uma análise do agravo por tipologia, sexo, faixa etária e dispersão do agravo dentro do território do Município de Natal, servindo de base para tomada de decisão e implantação de políticas públicas, seja na prevenção do adoecimento ou nas ações de promoção da saúde”, disse.