PRF monitorou três rotas e fechou ponte para evitar tiroteio com fugitivos de Mossoró; veja detalhes

Infográfico mostra caminho dos foragidos de Mossoró no dia da prisão — Foto: Editoria de arte/g1
Infográfico mostra caminho dos foragidos de Mossoró no dia da prisão — Foto: Editoria de arte/g1Agentes da PRF com os dois criminosos presos — Foto: JN

Por g1 RN — A “escolta do crime” que levava os fugitivos Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33, planejou passar pela ponte na hora do almoço, quando há menos policiais no local. Com informações do trajeto dos criminosos enviados pela Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deslocou quatro equipes para o local, fechou a ponte que passa pelo rio Tocantins, realizou a revista de carros e, quando o grupo chegou, conseguiu interceptá-lo, afirmou o delegado responsável pela operação de recaptura dos fugitivos, Heyder Nunes.

Ao Mais, da GloboNews, ele explicou que, dos três veículos, dois foram abordados antes de passarem pela ponte. O terceiro da escolta conseguiu seguir para fazer a travessia, mas foi abordado pela PF. Neste veículo, um Jeep, estava Rogério, e a polícia aprendeu o fuzil.

Rogério e Deibson fugiram em 14 de fevereiro do presídio federal de Mossoró (RN). A fuga foi a primeira registrada no sistema de presídios de segurança máxima, que existe desde 2006 e é administrado pelo governo federal. A operação de recaptura durou 50 dias custou R$ 6 milhões, segundo o Ministério da Justiça.

Os homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que estava preso na unidade federal de Mossoró e, em 2 de março, foi transferido para Catanduvas (PR).

Como foi a operação, segundo o delegado da PRF:

O delegado explica que, ao fechar a ponte, conseguiram reduzir o fluxo de veículos e, junto com a revista, foi reduzida a possibilidade de confronto armado entre policiais e criminosos. Ele disse ainda que, caso tivessem cruzado a ponte, a recaptura poderia ter sido mais difícil por ser uma região de bastante movimento.

O horário escolhido pelos criminosos para atravessar a ponte também foi pensado, de acordo com o delegado. “Eles escolheram a hora do almoço pois sabem que há menos policiais na região.”

Desde a manhã de quinta (4), a PF e a PRF monitoravam os caminhos que a escolta dos criminosos poderia tomar. Segundo Nunes, havia três possibilidades que, que foram excluídas conforme foram seguindo o grupo. Ainda, desde a abordagem ao depoimento na sede da PF, todos os presos ficaram calados.

Italo Santos Sena, Juarez Pereira Feitosa, Jefferson Augusto Magno Favacho e Eliezer Bruno Pacheco dos Santos são os outro quatro homens presos juntos aos fugitivos. A Polícia Federal (PF) informou que todos eles foram encaminhados ao sistema penitenciário do Pará. O delegado informou que três são de Belém e o quarto é de Redenção, uma cidade ao sul do Pará.

Nunes reforçou que a intenção da dupla era sair do país. “Por Marabá passam três rodovias federais importantes: a BR-222, onde foi feita a prisão, a BR-230, que vai para Brasília, e a BR-155, que vai para o Mato Grosso. Acreditamos que era para lá que estavam tentando ir para conseguir atravessar a fronteira”.

Um ponto que chamou a atenção do delegado é que todos os três carros apreendidos com os criminosos estavam legalizados. “Os veículos não foram roubados ou furtados e estavam com a documentação em dia, legalizados, isso para não chamar a atenção. Agora, a PF vai investigar quem são os donos destes carros.”