O diretor-geral da Assembleia Legislativa, Augusto Carlos Viveiros, esteve no Instituto Histórico e Geográfico do RN (IHGRN), na tarde desta quinta-feira (7), para ministrar a palestra “Maria Madalena: santa ou pecadora?”. A apresentação abriu o calendário de eventos da “Quinta Cultural” do Instituto e foi realizada no Salão Nobre do órgão.
Augusto Viveiros, que também é advogado e palestrante, dedica-se há muitos anos ao estudo da história de Maria Madalena, bem como das polêmicas em torno de seu nome.
“Foi no ano de 591 que Maria Madalena começou a ser vista como prostituta. Apenas recentemente, durante o pontificado do Papa Francisco, ela foi reconhecida como Apóstola. Certa vez, eu e minha esposa visitamos a Basílica de Santa Maria Madalena, no sul da França, e vimos o crânio dela, que está exposto lá. E foi impressionante notar que a terra só não comeu o local onde Jesus a beijava – a sua testa”, disse, complementando que “é preciso entender que tudo na história dela tem dois lados”.
Segundo ele, dentre as diferentes correntes de pensamento, as principais acreditam que: ela foi a esposa de Jesus Cristo; uma discípula do Messias; a testemunha de sua ressurreição; a 13ª apóstola.
“Eu acredito que Maria Madalena pode ser considerada a coordenadora do movimento de Jesus, não só porque ela organizava tudo ou por ele gostar mais dela do que das outras mulheres; mas, principalmente, pelo fato de que ela sabia ler e escrever. Como a grande maioria dos apóstolos era de pescadores analfabetos, cabia a ela o papel de intérprete dos pensamentos dele”, opinou Viveiros.
O diretor-geral do Legislativo acrescentou ainda o fato de que a Igreja Católica, através do Papa Francisco, concedeu mais destaque a Maria Madalena, por firmá-la como “Apóstola Apostolorum”, ou seja, “Apóstola dos Apóstolos”.
“E é por tudo isso que, das duas versões, eu fico com a Madalena ‘santa’, concluiu Augusto Viveiros.
Para o ex-senador José Agripino Maia, também presente à palestra, tudo o que foi apresentado pelo diretor-geral da Assembleia Legislativa foi uma homenagem às mulheres.
“Eu percebi uma coisa muito interessante. Você (Viveiros) poderia ter estudado qualquer um dos discípulos: Pedro, João, Tiago. Mas você foi atrás de estudar a única mulher; a que é renegada por vários fiéis, padres, sacerdotes. E você nos apresentou aqui 30 livros para defendê-la como santa. Então, para mim, isso tudo foi uma verdadeira homenagem a todas as mulheres. E eu quero te parabenizar pelas pesquisas e pelo gesto”, ressaltou.
Segundo Diva Cunha, uma das sócias do IHGRN, “a palestra foi muito especial, não só pelo brilhantismo das palavras de Augusto Viveiros, mas também pelo fato de amanhã ser o Dia Internacional da Mulher”.
“Então, esta foi uma homenagem mais que merecida à Santa Maria Madalena e a todas nós, mulheres guerreiras e que lutamos cada vez mais para combater o machismo estrutural”, finalizou.
Também participaram do evento a diretora da Presidência da Assembleia Legislativa, Dulcinéia Brandão; o chefe do gabinete parlamentar do presidente, Fernando Maia; Pedro Cascudo, diretor administrativo-financeiro do Legislativo; e Henrique Alves, ex-deputado federal.
