Cargueiro norte-americano é atingido por míssil houthi no Iêmen

Brasília (DF) 12/01/2024 - EUA e aliados atacam houthis e dizem que querem desanuviar tensões
Objetivo, segundo eles, é retomar estabilidade no Mar Vermelho
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© Reuters/UK MINISTRY OF DEFENCE

Por Agência Brasil — Os rebeldes houthis atingiram nessa segunda-feira (15) um cargueiro de contêineres com bandeira norte-americana, com míssil balístico na costa do Iêmen, no Golfo de Aden. Os Estados Unidos (EUA) e o Reino Unido admitem voltar a bombardear os houthis se a milícia pró-iraniana continuar a atacar navios no Mar Vermelho.

A empresa de navegação Eagle Bulk Shipping informou que o navio transportava produtos siderúrgicos e estava a cerca de 160 quilômetros da costa, no Golfo de Aden, quando foi atingido. Não há registo de vítimas e o navio sofreu apenas “danos limitados em um porão de carga”.

Os rebeldes houthis, que continuam a lançar ataques no Mar Vermelho, assumiram a responsabilidade, afirmando que “atacaram um navio dos EUA no Golfo de Aden com uma série de mísseis navais apropriados, atingindo-o de forma precisa e direta”.

O ataque, dizem os rebeldes, faz parte “da resposta” à ofensiva dos EUA e do Reino Unido contra o Iêmen, declarou o porta-voz militar dos houthis, Yehya Saree, acrescentando que “todos os navios e navios de guerra americanos e britânicos que participaram da agressão contra o país são considerados alvos hostis”.

“Basta que os navios sejam americanos para que possamos atacá-los”, disse Nasr al-Din Amer, alto representante houthi.

Horas após o ataque, Teerã lançou nova ameaça aos aliados, exigindo que Washington e Londres “parem imediatamente a guerra contra o Iêmen”.

Horas antes do ataque contra o cargueiro, os EUA anunciaram ter interceptado um míssil disparado a partir de áreas ocupadas por houthis no Iêmen em direção a um contratorpedeiro norte-americano que operava no sul do Mar Vermelho.

O Departamento de Transportes dos EUA emitiu alerta marítimo, recomendando que os navios comerciais de bandeira norte-americana permanecessem afastados de áreas específicas no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, alertando para o “elevado risco no sul do Mar Vermelho”.

Entretanto, os Estados Unidos e o Reino Unido admitiram voltar a bombardear os houthis se a milícia pró-iraniana do Iêmen continuar a atacar navios no Mar Vermelho, comprometendo dessa forma a ajuda humanitária a milhares de iemenitas.

As forças norte-americanas e britânicas fizeram ataques no Iêmen, na semana passada, visando posições houthis, em resposta ao aumento dos ataques dos rebeldes iemenitas no Mar Vermelho nas últimas semanas. 

As forças conjuntas, em coordenação com os aliados, realizaram dezenas de ataques aéreos e marítimos contra locais de lançamento de mísseis houthi e sistemas de defesa aérea dentro do Iêmen e dizem ter atingido 60 alvos.

Os ataques afetaram o tráfego marítimo nessa área estratégica, onde os houthis têm atacado navios desde novembro em protesto contra a guerra de Israel contra o Hamas.

Os rebeldes dizem ter como alvo navios que suspeitam estar ligados a Israel, alegando agir em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza.

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