Israel ataca alvos em Gaza e aguarda anúncio do Hamas sobre reféns

An Israeli military unit fires from an undisclosed location near the Gaza Strip border, amid the ongoing conflict between Israel and Palestinian Islamist group Hamas, in Israel, November 6, 2023.  REUTERS/Amir Cohen         TPX IMAGES OF THE DAY         SEARCH
© REUTERS/Amir Cohen

Por Agência Brasil —  As forças israelenses bombardearam alvos no Sul, Norte e centro de Gaza nesta segunda-feira (15), antes de um esperado anúncio pelo Hamas sobre o destino de três israelenses mantidos como reféns, mostrados em um vídeo no fim de semana.

Doze palestinos foram mortos e outros ficaram feridos em um ataque aéreo israelense durante a noite em uma casa na cidade de Gaza, ao norte, segundo autoridades de saúde. Nuvens de fumaça subiam sobre a cidade de Khan Younis, no Sul, bombardeada por tanques israelenses.

A Agência de Imprensa Palestina Safa, afiliada ao Hamas, relatou confrontos ferozes entre os militantes do Hamas e as forças israelenses em Khan Younis. Barragens de tanques israelenses também foram relatadas perto dos campos de refugiados de Al-Bureij e Al-Maghazi, na região central de Gaza.

No campo de refugiados de Al-Nusseirat, a jornalista local Doaa El-Baz mostrou imagens do que antes era a rua onde morava. “Todo esse bairro está destruído. Nem uma única casa foi poupada”, disse ela diante de montes de entulho. “Eles mataram todos os nossos sonhos aqui. A casa onde cresci e passei toda a minha infância”, afirmou Baz, com a voz trêmula.

As comunicações na estreita Faixa de Gaza permaneciam interrompidas pelo quarto dia consecutivo, segundo os moradores.

Em comunicado, as Forças Armadas israelenses disseram ter matado dois combatentes palestinos em um ataque aéreo contra seu veículo, que transportava armas em Khan Younis, além de ter invadido um centro de comando do Hamas na cidade e atingido dois esconderijos de armas.

Os três reféns estão entre os cerca de 240 apreendidos por militantes islâmicos do Hamas durante o ataque ao Sul de Israel em 7 de outubro.

Esse ataque do Hamas, no qual, segundo Israel, mais de 1.200 pessoas foram mortas, provocou uma operação aérea e terrestre das forças israelenses que, nos 100 dias seguintes, transformou grande parte de Gaza em um deserto e matou, segundo as autoridades de saúde, cerca de 24.100 pessoas e feriu quase 61 mil.

As autoridades de saúde disseram que 132 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas, indicando aos palestinos que a intensidade da ofensiva israelense não diminuiu muito, apesar do anúncio de mudança para uma nova fase mais direcionada.

As Forças Armadas de Israel afirmaram que dedicarão meses a operações mais direcionadas contra os líderes e as posições do Hamas no Sul, após ofensiva inicial centrada no extremo norte da Faixa, que é densamente construído.

Quase 2 milhões de pessoas deslocadas estão abrigadas em tendas e outras acomodações temporárias em meio aos combates no Sul, com o pequeno território ameaçado pela fome e por doenças devido à escassez crônica de alimentos, combustível e medicamentos.

As agências das Nações Unidas renovaram hoje o apelo por um cessar-fogo humanitário em Gaza.

“Precisamos de acesso desimpedido e seguro para entregar ajuda e um cessar-fogo humanitário para evitar mais mortes e sofrimento”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), acrescentando que a fome prejudicaria ainda mais os doentes e tornaria “catastrófica uma situação que já é terrível”.

O Hamas divulgou vídeo nesse domingo mostrando três reféns israelenses que mantém em Gaza, e pediu ao governo israelense que interrompesse sua ofensiva aérea e terrestre e conseguisse sua libertação.

O vídeo de 37 segundos, sem data, de Noa Argamani, de 26 anos, Yossi Sharabi, de 53, e Itai Svirsky, de 38, terminou com a legenda: “Amanhã (segunda-feira) informaremos a vocês o destino deles”.

Cerca de metade dos 240 reféns feitos pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro no Sul de Israel foi libertada durante breve trégua em novembro. Israel diz que 132 permanecem em Gaza e que 25 morreram no cativeiro.

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