UPA em Natal volta a registrar ‘demanda maior’ e pacientes aguardam 8 horas por atendimento

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Cidade Satélite, Pitimbu, Zona Sul de Natal RN — Foto: Lucas Cortez/Inter TV Cabugi
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Cidade Satélite, Pitimbu, Zona Sul de Natal RN — Foto: Lucas Cortez/Inter TV Cabugi

Por g1 RN — Mais uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em Natal registrou alta demanda e longa espera para atendimento neste início na rede pública de saúde da capital, o que tem ocorrido com frequência. Nesta segunda-feira (8), pacientes relataram esperar por mais de 8 horas na UPA do Satélite, na Zona Sul da capital potiguar. Alguns deles chegaram a desistir.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) disse que foi registrado “uma demanda maior na última semana para atendimentos nos serviços de urgência e emergência”, o que, por sua vez, “acarretou um tempo de espera maior para pacientes em situações menos graves”, como os de síndromes gripais.

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A pasta disse ainda que as unidades tem recebidos pacientes de outros municípios, “o que também corrobora para o aumento do tempo de espera para atendimento na unidade”.

De acordo com a direção da UPA de Cidade Satélite, a média de atendimentos por dia na unidade é de 300 pacientes. Nesta segunda-feira, até 17h, 219 pacientes haviam sido registrados na unidade. Segundo a direção, a demanda está maior, mas a escala de profissionais segue normal, sem nenhum desfalque.

A recepcionista Joice Cristina desistiu de ser atendida após esperar por quase 8 horas um atendimento. Ela faltou chegou às 9h com dores nas costas e na barriga e até 17h não havia sido atendida.

“O que eles falam é para aguardar e que não tem o que fazer. Ele falou que podia me encaminhar pra outra UPA amanhã [terça-feira], que, caso eu queira, ia deixar marcado. Eu falei que não daria certo, porque eu já faltei o trabalho hoje [segunda]”, explicou.

A dona de casa Marcela do Carmo contou que aguardou com o marido das 9h até 17h30 e não havia sido atendida até então. Ele estava com diarréia.

“A gente foi na UBS do Planalto, mas estava lotada. Tinha médico, mas não tinha enfermeiro. Aí a secretaria me informou que ele não ia ser atendido porque os atendimentos lá eram só para quem estava agendado. Aqui a gente foi classificado, colocaram uma pulseira azul nele. A gente chegou umas 9h e ele ainda não foi atendido. E não tem previsão, porque a UPA está lotada”, disse.

Com um infecção urinária, a chapeira Gabriela dos Santos tentou atendimento por pelo menos 5 horas. “O que eles falam é que o atendimento está pra ser realizado, só que a gente espera…Eles não dão nenhum suporte”, lamentou.

Ao reconhecer a alta demanda neste período, a SMS orientou que o público deve procurar os serviços das UPA em casos de febre alta acima de 39ºC; fraturas e cortes com pouco sangramento; parada cardíaca; infarto (dor no peito); derrame (AVC); queda com torção e dor intensa ou suspeita de fratura; reação alérgica grave; mordida de animais; acidente de carro/moto; cólicas renais; falta de ar intensa; crises convulsivas; ferimento por arma de fogo ou objeto cortante; dores fortes no peito; vômito constante, queimaduras e tentativa de suicídio.

Sobre os atendimentos no local, a pasta diz que “preconiza os atendimentos em virtude dos graus de urgência os classificando em cores”.

Para os casos de emergência e risco de vida (identificados na cor vermelha), e casos urgentes (identificados na cor amarela), os atendimentos são realizados de uma forma mais rápida e têm prioridade nos atendimentos. Já as cores verde e azul identificam os casos de urgência menor, segundo a SMS, “que podem levar um espaço maior de tempo para receber atendimento, a avaliação da consulta ambulatorial acontecerá por ordem de chegada”.