Israel anuncia plano para terceira fase da guerra contra Hamas

An Israeli military unit fires from an undisclosed location near the Gaza Strip border, amid the ongoing conflict between Israel and Palestinian Islamist group Hamas, in Israel, November 6, 2023.  REUTERS/Amir Cohen         TPX IMAGES OF THE DAY         SEARCH
© REUTERS/Amir Cohen

Por Agência Brasil — O ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, apresentou nessa quinta-feira (4) propostas para a futura governança de Gaza depois do fim do conflito com o Hamas. Segundo ele, o domínio palestino no território terá de ser limitado. O anúncio foi feito pouco antes da viagem do secretário de Estado norte-americano ao Oriente Médio.

O plano foi revelado hoje pelo ministro, antes de submetê-lo ao gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que tem estado dividido nas últimas semanas sobre o futuro de Gaza após a expulsão do Hamas, que governa a região desde 2007.

Segundo o plano, a guerra de Israel no território prosseguirá até que seja assegurado o regresso dos reféns capturados em 7 de outubro, desmontadas a capacidade militar e de governança” do Hamas e eliminadas quaisquer ameaças militares.

De acordo com Gallant, o Hamas deixará de controlar Gaza e Israel manterá o controle geral de segurança do enclave.

Uma força multinacional será encarregada da reconstrução do território, após a destruição generalizada causada pelos bombardeios israelenses. O Egito, país vizinho, terá também um papel a desempenhar, que no entanto não foi especificado.

O documento acrescenta que os palestinos serão responsáveis pela gestão do território. “Os moradores de Gaza são palestinos e por isso as organizações do enclave serão responsáveis, com a condição de que não haja ações hostis ou ameaças contra o Estado de Israel”, disse o ministro.

O plano ainda não foi discutido na reunião do Conselho de Ministros e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não o comentou publicamente. A reunião teria terminado em clima hostil, com alguns ministros a se oporem com raiva aos nomes propostos para uma investigação sobre os acontecimentos que nortearam o ataque de 7 de outubro do Hamas.

Alguns membros de extrema-direita do governo de Netanyahu afirmaram que os cidadãos palestinos deveriam ser encorajados a deixar Gaza para o exílio, com o restabelecimento de colonatos judeus no território – propostas controversas que foram rejeitadas como “extremistas” e “impraticáveis” por outros países da região e por alguns aliados de Israel.

Embora as propostas de Gallant possam ser consideradas mais práticas do que as sugeridas por alguns dos seus colegas de gabinete, é provável que sejam rejeitadas pelos líderes palestinos, que afirmam que os próprios habitantes de Gaza devem assumir o controle total da gestão do território quando a guerra terminar.

Netanyahu não falou publicamente sobre a forma como pensa que Gaza deve ser governada. Ele sugeriu que a guerra pode ainda durar vários meses, com o objetivo declarado de esmagar completamente o Hamas.

O primeiro-ministro tem assegurado repetidamente que não tem intenção de entregar o controle da Faixa de Gaza à Autoridade Nacional Palestina, que governa pequenas partes da Cisjordânia ocupada, com o presidente Mahmud Abbas.

Nos planos, Gallant também falou sobre a forma como os militares pretendem proceder na próxima fase da guerra em Gaza. “As Forças de Defesa de Israel adotarão uma abordagem mais direcionada para o norte da Faixa de Gaza, onde as operações incluirão ataques, demolição de túneis e bombardeios aéreos e terrestres”. O plano não diz se a população, que foi expulsa para sul, seria autorizada a regressar.

No sul, onde a maior parte dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza vivem em tendas e abrigos provisórios, as Forças Armadas israelenses continuarão a tentar localizar os líderes do Hamas e a resgatar os 132 reféns, acrescentou.

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