Idoso de 81 anos fica 5 dias internado em sala improvisada em UPA de Natal

Renato está improvisado em sala de sutura — Foto: Divulgação
Renato está improvisado em sala de sutura — Foto: Divulgação

Por g1 RN — Um idoso de 81 anos de idade permaneceu pelo menos cinco dias internado de forma improvisada em uma maca numa sala de sutura na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pajuçara, na Zona Norte de Natal. Até esta sexta-feira (5), ele seguia nesta condição.

O paciente é Renato Pinto da Silva. De acordo com a filha, Renata Janielly, o pai é paciente renal crônico e deu entrada na unidade com um quadro de infecção urinária, desidratado e com desconforto respiratório. Desde o dia em que chegou na unidade, Renato está numa sala de sutura – nesta sexta estava ao lado de mais seis pacientes.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal informou que o paciente está “estável e que todos os procedimentos relativos ao atendimento na unidade estão sendo realizados”.

A secretaria informou ainda que “o paciente foi inserido no sistema de regulação e aguarda abertura de uma vaga para poder ser transferido”, e que o sistema segue critérios de ordem definidos pelo governo do RN.

Renata relatou que nesta sexta-feira o quadro do pai piorou. “Ele ainda estava consciente e um pouco verbal quando chegou, mas hoje está super delirante e não verbaliza mais”.

“Ele está há cinco dias em uma sala improvisada de sutura, exposto, sem oxigênio, sem perspectiva de transferência, sem nada. Tem mais seis pacientes dentro dessa sala, fora ele. É desumano”, disse a filha.

A filha reclamou também da atenção dada ao pai, que tem apresentado dificuldades para respirar. “Ele está ao lado de um ponto de oxigênio, mas desde que ele chegou aqui ele só recebe nebulização de cinco minutos por dia”, relatou Renata.

“Meu pai tem uma doença renal terminal, então eles estão deixando meu pai morrer à mingua aqui dentro de uma unidade de saúde, onde ele tem que ter assistência”.

De acordo com a SMS, “o paciente passou por avaliação médica que não constatou a necessidade da utilização de oxigênio para o seu quadro”.

A justificativa dada à família pela UPA, segundo Renata, é que a unidade está lotada e que outros pacientes com quadros possivelmente mais graves tiveram prioridade.

“Eles disseram que a UPA está cheia, não tem vaga para ele e deram prioridade para outros pacientes, que disseram que estavam em um quadro mais grave. Sendo que faz 5 dias que meu pai está nesse mesmo leito”, afirmou.

Nos últimos dias, as UPAs em Natal têm apresentado grande demanda e longa espera para que os pacientes sejam atendidos, com demoras que já chegaram a até 15 horas.