Natal anuncia implantação de método que usa o próprio mosquito Aedes aegypti no combate à dengue, zika e chikungunya; entenda

Mosquitos com Wolbachia  — Foto: TV Morena/Reprodução
Mosquitos com Wolbachia — Foto: TV Morena/Reprodução

Por g1 RN — A Secretaria Municipal de Saúde de Natal anunciou a implantação de um método que usa o próprio mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya – para combater a disseminação das doenças, a partir de 2024.

O método Wolbachia, anunciado pelo município, funciona com a liberação na natureza de mosquitos com uma bactéria que dá nome ao método.

Segundo a pasta, o Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em cerca de 50% dos insetos e que impede a transmissão dos vírus, mas não era encontrado no Aedes aegypti.

A proposta do método é que esses insetos com a bactéria se reproduzam com os Aedes aegypti locais, criando uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia, e incapazes de desenvolver e transmitir o vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela.

“Essa é uma metodologia que já foi utilizada em outros municípios, como Niterói, por exemplo, e apresentou uma redução preliminar de 75% nos casos das doenças no território. Estamos empolgados que agora esse método possa ajudar a combater as arboviroses em Natal.”, afirmou o secretário municipal de saúde, George Antunes.

Chefe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de Natal, Jan Pierre Araújo, explicou que o microrganismo impede que as arboviroses se desenvolvam, o que reduz a transmissão das doenças.

A Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) da capital potiguar participou de uma reunião de implementação do método Wolbachia, com o Ministério da Saúde. Durante o encontro, a equipe local apresentou o cenário epidemiológico de Natal e recebeu visita nas instalações de controle vetorial.

Ainda segundo a SMS, o método é uma estratégia complementar às ações de vigilância e prevenção de arboviroses do município, como do Levantamento Rápido de Índices para Aedes (LIRA), método onde o agente vai às residências para identificar o depósito foco de vetor predominante naquela região.

Outra técnica usada no município envolve as ovitrampas, armadilhas que ajudam no monitoramento e controle dos mosquitos que podem causar arboviroses. A tecnologia é utilizada desde 2015 no município e, a partir deste ano, serve como referência de metodologia de monitoramento em todo o país, no programa nacional de vigilância das arboviroses do Ministério da Saúde.