‘Estalecas’, paredão e prêmio de R$ 4 mil: escola do RN se inspira no BBB para incentivar alunos nos estudos

Urna do Big Brother Escolar, projeto desenvolvido em unidade de ensino de Parnamirim, na Grande Natal — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi
Urna do Big Brother Escolar, projeto desenvolvido em unidade de ensino de Parnamirim, na Grande Natal — Foto: Pedro Trindade/Inter TV CabugiConheça o BBB escolar no RNAlunos do ensino médio em escola pública do RN participaram do projeto Big Brother Escolar em 2023 — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi

Por g1 RN — Vigilância, paredão e disputa por liderança e estalecas. Uma escola pública no Rio Grande do Norte se inspirou no Big Brother Brasil para incentivar os alunos a estudarem mais, ao longo de 2023.

O projeto Big Brother Escolar envolveu 120 alunos do ensino médio na Escola Estadual Presidente Roosvelt, em Parnamirim, na Grande Natal. A final aconteceu nesta sexta-feira (1º) e dois vencedores – um menino e uma menina – dividiram o prêmio de mais de R$ 4 mil.

A ideia partiu do professor Fábio Lira, de Língua Portuguesa, que contou com apoio dos demais colegas.

“O resultado tem sido extremamente satisfatório, principalmente por causa do apoio de todos os professores, já que o projeto é interdisciplinar. Ele só dá certo por causa da equipe de professores que se une em prol dos nossos alunos”, diz.

Ao longo do ano, a escola fez ações e eventos inspirados no programa da TV Globo. Toda semana tinha a prova do líder e do anjo, com os assuntos estudados em sala de aula. Cada prova era de uma disciplina diferente.

Na dinâmica, o líder indica alguém ao paredão. O anjo imuniza uma pessoa. Já as estaleca são dadas pelos professores de acordo com o desempenho escolar dos alunos.

Os estudantes funcionam como os participantes e câmeras do programa – observam uns aos outros – e votam em uma urna indicando colegas para o paredão. Já os professores atuam como o público e escolhem o “eliminado”, que não poderá participar da prova do líder até juntar 20 estalecas.

O valor do prêmio foi arrecadado em festas e rifas ao longo do ano.

“Foi bastante importante para mim, porque no ano passado eu estava muito mal, com crise de ansiedade, entrando em quadro de depressão. O BBE entrou na minha vida como uma chave para abrir uma porta. Me ajudou muito na questão dos estudos, meus focos, meus objetivos. Esclareceu muitas dúvidas que eu tinha sobre minha vida”, declara o estudante José Oliveira, de 19 anos.

“O BBE tem como intuito ajudar aquelas pessoas que não tinham interesse muito grande no estudo. E não vou mentir: eu era uma dessas pessoas. O projeto me ajudou bastante em várias coisas, construir bastante amizade. Tem amizades que eu sei que posso contar e que, mesmo fora da escola, posso levar para a vida”, afirma Vivian Jhulia, de 16 anos.

Maria Cecília, de 18 anos, foi mais de cinco vezes para o paredão e diz que aprendeu a lidar melhor com os colegas.

“Eu fui mais de cinco vezes, mas eu não me sentia triste, porque eu tinha feito algo errado para ir. Querendo ou não o BBE ajudou a gente a entender que a gente não pode chegar em final, em lugar nenhum sozinho. A gente precisa da ajuda dos amigos e eu tive muito apoio das minhas amigas, do meu grupo, e aprendi um pouco a evoluir e a lidar com todos da sala, a lidar melhor com meus colegas”, considera.

Como resultado, os professores destacaram inclusive a redução da evasão escolar. Dos 120 estudantes que participaram do projeto, apenas um aluno saiu da escola longo do ano.