Por Agência Brasil — As Nações Unidas pediram nesta quarta-feira (29) que a comunidade internacional avance em direção a uma solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense, dizendo que Jerusalém deve servir como capital de ambos os Estados.
“Já passou da hora de avançarmos de forma determinada e irreversível em direção a uma solução de dois Estados, com base nas resoluções das Nações Unidas e no direito internacional”, disse Tatiana Valovaya, diretora-geral do escritório da ONU em Genebra, em um discurso de autoria do secretário-geral da organização, António Guterres.
Ela acrescentou que isso significaria “Israel e Palestina vivendo lado a lado em paz e segurança, com Jerusalém como a capital de ambos os Estados”.
Os comentários coincidem com o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino das Nações Unidas, que é celebrado anualmente. Ele marca a aprovação pela Assembleia Geral da ONU de um plano para dividir a Palestina em Estados árabes e judeus e para o domínio internacional sobre Jerusalém.
Os apelos por uma solução de dois Estados cresceram após os ataques a Israel em 7 de outubro, nos quais combatentes do Hamas mataram 1.200 pessoas e fizeram 240 reféns. O ataque provocou um bombardeio israelense e uma ofensiva terrestre contra Gaza, governada pelo Hamas, que matou mais de 15 mil pessoas, de acordo com autoridades de saúde palestinas no enclave densamente povoado.
Um acordo de dois Estados criaria um Estado para os palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza ao lado de Israel. Israel disse que um Estado palestino precisa ser desmilitarizado para não ameaçar sua segurança.
Os palestinos querem que Jerusalém Oriental, que inclui os locais sagrados da Cidade Velha para muçulmanos, judeus e cristãos, seja a capital de seu Estado. Israel diz que Jerusalém deve continuar sendo sua capital “indivisível e eterna”.
Ibrahim Khraishi, embaixador palestino na ONU em Genebra, disse que o conflito atual serviu como alerta para que a comunidade internacional apoie a solução de dois Estados.
“A solução de dois Estados é difícil depois do assentamento (israelense) e da redução (do território), mas ainda é possível se houver vontade”, afirmou ele. “Agora é o momento. E, a propósito, é bom para Israel. Se eles não aceitarem a ideia, será tarde demais para eles, não para nós.”
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