Por g1 RN — Dois jogadores do ABC usaram as redes sociais para responder as declarações e acusações do senador Jorge Kajuru, de Goiás, após a derrota do Vila Nova para o Alvinegro de Natal, na última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O revés acabou com o sonho do acesso inédito do time goiano à Série A. Kajuru, jornalista com passagem por vários veículos do país, havia publicado vídeo em que chamou os jogadores do ABC de “bandidos” e “canalhas”, e disse ainda que são “piores do que prostitutas”, apontando que eles receberam “R$ 200 mil cada um” para vencer o jogo de sábado.
– Esse cara é um brincalhão! Quero saber está esses 200k, ou então pegaram o meu e eu não tô sabendo (sic) – escreveu o lateral-direito Gedeilson.
– Me fala onde tá esses 200 mil que eu quero. Tá de sacanagem (sic) – postou o meia Matheus Anjos.
Kajuru estava em Natal e se revoltou porque o ABC venceu o Vila Nova por conta de incentivo financeiro, a chamada “mala branca”, de outros clubes.
– Tenho 45 anos de carreira no futebol. A maioria da classe é de bandido, é de canalha (…) Vocês (jogadores do ABC) são canalhas, bandidos. Vocês não tiveram dignidade de vestir a camisa do ABC durante o campeonato, rebaixaram o time, e, na última rodada, no último jogo, jogaram como se fosse uma Copa do Mundo porque vocês receberam R$ 200 mil cada um de prêmio para derrotar o Vila Nova e derrotaram. É por isso que tenho nojo do futebol – completou.
Com a vitória do ABC, o Vila ficou com 61 pontos e terminou a Série B na oitava posição. O resultado ajudou o Atlético-GO, rival do Vila, na conquista do acesso à Série A.
O Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Estado do Rio Grande do Norte (Safern) repudiou a declaração do senador Jorge Kajuru, que “difama e injuria todos os jogadores do ABC”.
“Certamente que o senador, em disparate, deve ter confundido sua condição de homem público eleito pelo povo do Estado de Goiás com a sua profissão nata de jornalista, onde a emoção, o equilíbrio precisa ser contido para o bem da informação isenta. Atingir a dignidade das pessoas afronta cláusulas pétreas inseridas na Carta de Outubro, notadamente o art. 5º e suas derivações”, aponta a nota.
“Sabendo disto, cumpre-nos o dever de sugerir ao jornalista que se retrate, publicamente e no mesmo tempo e modo, das gravíssimas acusações proferidas contra os profissionais que defenderam bravamente o centenário clube potiguar”.
A Safern destacou ainda que a manifestação será enviada ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.
