Ministro prevê que Gaza ficará incomunicável a partir de quinta-feira

Palestinian civilians walk while evacuating from the north of the Gaza Strip towards south, amid the ongoing conflict between Israel and Palestinian Islamist group Hamas, in the central Gaza Strip November 7, 2023. REUTERS/Ahmed Zakot
© REUTERS/Ahmed Zakot

Por Agência Brasil — As comunicações telefônicas e de internet na Faixa de Gaza vão ser definitivamente interrompidas na próxima quinta-feira (16), devido à falta de abastecimento de combustível, anunciou hoje (12) o ministro das Comunicações do governo palestino, Yitzhak Sidr.

Em declarações divulgadas pela agência de notícias palestina WAFA, o ministro disse ainda que a falta de comunicações “agravará o desastre humanitário” para a população na Faixa de Gaza.

Em particular, prosseguiu, vai afetar entidades como a Defesa Civil, o Crescente Vermelho e outras organizações, “o que significa que muitas vidas serão perdidas”.

“Estas ações constituem uma violação do Direito Internacional”, destacou Sidr, que pediu “a todas as instituições internacionais, em particular à União Internacional das Telecomunicações, à Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA), ao Crescente Vermelho Árabe, à Cruz Vermelha e a organizações de direitos humanos e organizações da sociedade civil que intervenham imediatamente para garantir a entrada de combustível na Faixa de Gaza”.

O corte das comunicações também vai afetar o balanço de vítimas preparado diariamente pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, que baseia as suas estimativas em informações recebidas pelos hospitais da Faixa de Gaza.

Em 7 de outubro, o Hamas — classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelense, fazendo mais de 1,4 mil mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.

Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre e desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.

O conflito já provocou, pelo menos, 11 mil mortos na Faixa de Gaza e 1,4 mil em Israel.

*É proibida a reprodução deste conteúdo