Foto de Italo Ferreira no eclipse solar teve quatro meses de estudo e 20 montanhas visitadas; veja bastidores

Ítalo Ferreira no eclipse solar anular no interior do RN — Foto: Marcelo Maragni/Red Bull
Ítalo Ferreira no eclipse solar anular no interior do RN — Foto: Marcelo Maragni/Red BullItalo Ferreira e fotógrafo comentam sobre bastidores da foto do eclipseImagem de Ítalo Ferreira no eclipse solar anular — Foto: Marcelo Maragni/Red BullÍtalo Ferreira em ensaio no eclipse solar anular em Natal — Foto: Marcelo Maragni/Red Bull

Por g1 RN — Algumas das fotos do eclipse solar anular que mais chamaram atenção do público foram as publicadas pelo surfista potiguar Italo Ferreira. Os cliques do campeão olímpico exigiram a escolha de uma montanha após 20 visitadas, estudo da angulação e distância da câmera, além do talento do fotógrafo Marcelo Maragni.

Em publicações nas redes sociais, Italo Ferreira contou um pouco dos bastidores das fotos, que alguns internautas chegaram a achar que eram falsas.

O ponto escolhido para o ensaio fotográfico foi o alto de uma montanha em Monte das Gameleiras, cidade no interior do Rio Grande do Norte, e não em Baía Formosa, onde Italo Ferreira nasceu e mora.

“Essa foto é real, não é montagem. O Maragni, fotógrafo da Red Bull, trabalhou nesse projeto quatro meses e ele teve apenas de 4 a 5 segundos para executar essa foto, que realmente foi uma foto que chocou a internet e chocou o mundo inteiro”, disse Italo.

LEIA TAMBÉM

“Eu fiquei muito feliz de fazer parte desse projeto. Teve os imprevistos ali no momento, mas realmente a gente chegou na foto perfeita”, completou.

Ao g1, o fotógrafo Marcelo Maragni contou que começou a pensar a foto há cerca de cinco anos, quando soube da previsão do eclipse. “Eu comecei a estudar sobre o eclipse, encontrei na internet as informações detalhadas de localização, horário, inclinação, essas coisas todas”, contou.

Ao saber da vista privilegiada do RN, convidou Ítalo Ferreira, potiguar de Baía Formosa, para ser o personagem do ensaio. “Vi que o eclipse ia passar por cima de Baía Formosa. E pensei: ‘Ninguém melhor que Ítalo Ferreira para estar nessa foto’. E fui atrás, falei com ele no começo desse ano. Ele topou na hora”.

Baía Formosa, no entanto, não proporcionou o ponto ideal para a imagem. E o fotógrafo desbravou algumas serras do estado, como Serra de São Bento e até Araruna, na Paraíba.

“É uma condição muito específica para eu conseguir fazer essa foto. Eu precisava de uma montanha e uma distância grande do ponto onde eu ia ficar, além de uma inclinação precisa para poder conseguir fazer a foto dele aparecendo exatamente no momento certo em que se formava o anel do eclipse”, disse.

Dois dias antes, ele foi até o ponto fazer o teste com o “sol normal, para saber se ia bater certinho as minhas medições”. “E deu super certo o teste. E na hora também funcionou”, disse.

No vídeo divulgado por Italo, Maragnicomenta que “para encontrar o local, eu procurei uma montanha onde eu conseguiria colocar o Italo na montanha e ficar numa distância em que eu conseguiria o sol grande e o Italo relativamente pequeno. E o ângulo certo no momento em que acontece o eclipse”.

A montanha escolhida tinha cerca de 650 metros de altura e ventava bastante, o que fez ser necessário Italo segurar com firmeza a prancha. Maragni disse que subiu cerca de 20 montanhas diferentes para encontrar o lugar perfeito.

“A inclinação entre a minha câmera e ele foi de sete graus no horizonte, que era onde iria acontecer esse eclipse”, disse Maragni.

Marcelo Maragni contou ao g1 que a ideia desde o início era colocar Italo “dentro” do eclipse. Mas ele revela que tentou também fazer com que o surfista aparecesse mais claramente na imagem, o que não foi possível.

“Essa foi a ideia desde começo. E eu queria, na verdade iluminá-lo, para aparecer mais o rosto dele. Eu levei uns espelhos para cima da pedra, tentamos iluminar, mas não funcionou. Não foi suficiente o reflexo da luz para iluminar. Tentamos esse recurso que acabou não dando certo, mas ficou a silhueta dele e já ficou legal pra caramba, já deu certo do jeito que a gente queria”, disse.

Sobre a repercussão, ele diz que não esperava o tamanho que tomou, mas que a imagem e a notoriedade de Italo ajudaram.

“Eu me preparei, touxe uma coisa que ninguem conseguiu. Acho que por isso que teve uma repercussão tão grande. Acho que também o fato de ser o Ítalo Ferreira, um campeão olímpico, tem uma grande relevância”, disse.

Natal foi a capital brasileira com a melhor visualização do eclipse solar anular. No estado, no entanto, Caicó, na Região Seridó, tinha ainda uma melhor vista do fenômeno.

?Participe do canal do g1 RN no WhatsApp e receba no seu celular as notícias do estado