Caso Gabriel: pai será ouvido como testemunha no dia do aniversário do filho assassinado em 2020

Gabriel tinha 18 anos e morava no Guarapes — Foto: Cedida pela família
Gabriel tinha 18 anos e morava no Guarapes — Foto: Cedida pela famíliaProtesto cobra justiça após três anos da morte do jovem Giovanne Gabriel, de 18 anos — Foto: Tom Guedes

Por G1 RN

A investigação que apura provas testemunhais sobre os crimes de sequestro e a ocultação de cadáver do jovem Giovanne Gabriel de Souza Gomes, de 18 anos, morto em junho de 2020, vai ouvir, nesta terça-feira, (18) o pai da vítima, Jeová Gomes de Moura. A audiência acontece no dia em que Gabriel completaria aniversário.

Realizada pela 15ª Vara Criminal de Natal, a sessão acontece em uma investigação paralela ao inquérito que investiga o homicídio de Gabriel. Sobre essa ação, no dia 27 de julho, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, marcou o júri popular para o dia 16 de outubro deste ano, às 9h, no Fórum de Parnamirim.

O agendamento do julgamento aconteceu 15 dias após um protesto realizado por familiares, amigos e integrantes de movimentos sociais na sede do Tribunal de Justiça do Estado, no bairro de Nossa Senhora de Nazaré, na Zona Leste de Natal.

Os principais suspeitos de envolvimento neste caso são quatro policiais militares. Um sargento da PMRN foi solto por decisão da Câmara Criminal do TJRN em março de 2022, enquanto os demais foram soltos por decisão concedida em abril do mesmo ano.

Giovanne Gabriel foi visto pela última vez no dia 5 de junho, quando saiu para visitar a namorada. O corpo dele foi encontrado 9 dias depois, em avançado estado de decomposição, em São José de Mipibu. De acordo com investigações da Polícia Civil, a vítima teria sido assinada após ser confundido com um ladrão de carro.

Gabriel deixou a casa onde vivia com a mãe, a irmã e o padrasto, no bairro Guarapes, na manhã do dia 5 de junho de 2020 para ir de bicicleta à casa da namorada em Parnamirim, na Grande Natal. Ele fazia o trajeto em cerca de uma hora, mas sumiu antes de chegar ao destino. A namorada de Gabriel ligou preocupada para a mãe dele. Desde então o jovem não foi mais visto.

Familiares e amigos iniciaram a busca por Gabriel e chegaram a encontrar suas sandálias e a bicicleta em uma área de vegetação em Parnamirim. O corpo foi encontrado no dia 14 de junho de 2020 com perfurações no crânio, provavelmente provocadas por arma de fogo, e com braceletes de plástico presos nos pulsos, de acordo com a perícia inicial do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).

De acordo com a Polícia Civil, após o roubo de um carro em Parnamirim, a PM foi acionada para tentar recuperar o veículo. O dono do carro é irmão de um dos policiais militares suspeitos. Esse PM acionou os colegas para darem apoio ao seu irmão na recuperação do veículo, que possuía rastreador. Diversos policiais foram contatados para atender a ocorrência e se deslocaram até a região onde apontava o GPS. Ao longo das buscas, uma guarnição da Polícia Militar chegou ao local onde o veículo estava, presenciando o momento no qual os criminosos estavam retirando os pertences do veículo.

Os suspeitos do roubo, ao visualizarem a viatura, fugiram pela região de mata. Os policiais deram continuidade às buscas, ingressando na mata. No local, alguns policiais militares abordaram o jovem Gabriel e se certificaram de sua história. Após alguns momentos de detenção, eles liberaram o jovem. Ao sair da região de mata, Gabriel foi visto por populares que avisaram a uma outra viatura que também realizava as buscas no local.

Nessa viatura, estavam os três cabos presos, que haviam sido acionados pelo sargento. De acordo com a Polícia Civil, os militares então abordaram o jovem Gabriel, que chegou a informar aos policiais que já havia sido liberado pela outra viatura; mas, mesmo assim, o jovem foi colocado na mala do veículo, sendo este o último momento em que foi visto com vida.

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