Oposição rebate Lula sobre Oiticica e cobra prioridade para obras no RN

Por mais de meio século que a barragem de Oiticica permeia o imaginário do homem do campo potiguar sem que se torne realidade. — Foto: Governo Federal

Na condição de ex-ministro do Desenvolvimento Regional e como líder da oposição ao governo federal no Senado Federal, o senador Rogério Marinho (PL) diz-se “comprometido em fiscalizar e cobrar a correta aplicação dos recursos públicos”, razão pela qual faz reparos a declarações do presidente Lula, que visitou, na tarde de sexta-feira (1º), o andamento das obras da transposição do rio São Francisco, em Luís Gomes, região do Alto Oeste do Estado: “Conto alguns fatos para ver se o presidente Lula compreende um pouco da história da segurança hídrica do meu Rio Grande do Norte”.

Inicialmente, o senador Rogério Marinho historia que a Barragem de Oiticica, na região do Seridó, “não foi iniciada em 2013. Ela foi idealizada em 1952, tendo suas obras iniciadas em 1990 e paralisadas em 1993”. “Recordo-me que o senhor assumiu a presidência em 2003 e, se tivesse dado a mínima importância para a segurança hídrica potiguar, teria priorizado a retomada das obras no início de sua gestão. Mas não, as obras foram retomadas, pasmem, 10 anos depois, somente em 2013”, relatou o senador.

Segundo o senador, após essa retomada, as obras cuja execução são de responsabilidade do governo do Rio Grande do Norte engatinharam, “porque de fato nunca foram prioridade, até que assumimos o MDR em 2020, e logo viramos o jogo”. Marinho afirmou que priorizou recursos, retomando as obras “e em apenas três anos asseguramos R$ 300 milhões para Oiticica, o mesmo valor aportado somando todos os anos anteriores”.

O senador declarou que recursos não faltaram “e alcançamos mais de 90% de execução das obras, incluindo a Nova Barra de Santana ao final de 2022, mas infelizmente não finalizamos o fechamento da parede da barragem, pois dependíamos da gestão do governo do estado, que desde 2013 solicitou mais de uma dezena de aditivos para execução das obras, e também não avançou na remoção das pessoas atingidas da área a ser inundada pela barragem. Pasmem (novamente), este imbróglio não foi solucionado até hoje”.

Quanto ao Ramal do Apodi, o senador Rogério Marinho explicou que “novamente afirmamos que a segurança hídrica do Rio Grande do Norte, presidente Lula, nunca foi sua prioridade. Pois foi no governo PT, em 2013 que o projeto original da Transposição foi abandonado, deixando de lado o Ramal do Apodi, obra essencial para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte”. Em 2020, Marinho disse que virou o jogo novamente, quando solicitou prioridade à equipe técnica do MDR e em 2021 potiguares puderam ver com seus próprios olhos as obras sendo iniciadas”.

O parlamentar informou ter investido R$ 182 milhões no período 2021-2022, mantendo um ritmo de obras, garantindo mais R$ 238 milhões para assegurar “a continuidade e o adequado ritmo das obras em 2023”. Ao todo, continua, foram R$ 420 milhões assegurados por nossa gestão, o que representa 40% do valor do contrato de execução das obras.

“Então presidente, dizer que está priorizando estas obras, somente por envelopá-las no novo PAC, é uma bela cortina de fumaça. Priorizar é executar, tirar do papel, não deixar paralisar as obras”, criticou o senador, para quem o presidente “não mencionou a Barragem Passagem das Traíras, mas as obras de modernização visando a segurança da barragem avançaram 70% na última gestão, e no momento estão paralisadas por falta de pagamento pelo seu governo do PT”.

Rogério Marinho questina porque o presidente “ não olhou para região mais seca do Estado? Nós olhamos e iniciamos as obras do Projeto Adutoras do Seridó em 2022 e deixamos assegurados mais de R$ 80 milhões para execução em 2023. Iniciamos ainda o projeto da Adutora do Agreste, isto sim, é prioridade”.

Marinho disse esperar “de fato que o governo Lula deixe a política de lado, e priorize essas importantes obras hídricas que tiveram início e avançaram em nossa gestão. De nada adianta anunciar novas obras do novo PAC e deixar para trás milhares de obras importantes paralisadas, como nas gestões anteriores do PT”.

Para Girão, Fátima não quis concluir a obra

O deputado General Girão (PL) também critica a morosidade das obras de recursos hídricos no Rio Grande do Norte, a começar da barragem de Oiticica, que se arrasta há nove anos: “É um tempo excessivo para uma pequena barragem, a governadora Fátima Bezerra (PT) ao longo de quatro anos e oito meses não quis concluir, isso é uma realidade”.

A respeito do Ramal do Apodi, o General Girão pondera que já deveria ter sido incluído desde o início da execução do projeto São Francisco “e ficou de fora e acabou virando um ramal, era para ser um eixo”. Girão explica que Jair Bolsonaro “resolveu assumir essa missão” quando estava na presidência da República (2019/2022) por intermédio do então ministro Rogério Marinho, “e infelizmente a obra depois foi paralisada por falta de pagamento pelo governo Lula”.

Para Girão, agora “é muito triste ver que isso está sendo feito agora, querendo se apropriar de uma coisa, que nunca pensou de verdade em relação ao Rio Grande do Norte, que ficou esquecido pelos governos Lula e Dilma Rousseff quando da proposta inicial da transposição do São Francisco ”. O General Girão põe em dúvida se essas obras anunciadas para o Rio Grande do Norte no PAC 3 terão continuidade, porque “a gente sabe que é pra abestado crer”.
Na avaliação de Girão, o senador Rogério Marinho fala que o PAC “é um programa de atraso do crescimento”, porque “infelizmente, o governo não tem dinheiro pra fazer as obras e está querendo que estará fazendo esse tipo de serviço”.

Lula anuncia obras de Jair Bolsonaro

O deputado Sargento Gonçalves (PL) opina que “todas as obras informadas pelo presidente, são obras que já contavam com ordens de serviços assinadas, e em plena execução já no Governo do presidente Jair Bolsonaro”.

Sargento Gonçalves exemplifica que o Ramal do Apodi, desde 2021, o então presidente Jair Bolsonaro havia assinado a ordem de serviço de quase R$ 1 bilhão, e a obra já vinha sendo executada: “Prova é, que o Lula veio apenas visitar como está o andamento, a Reta Tabajara, a mesma situação, e provavelmente só não foi concluída ainda no período de Jair Bolsonaro, devido a ideia da governadora Fátima Bezerra (PT), que convenceu, à epoca, os parlamentares a transferirem uma média de R$ 16 milhões de Reais em emendas de bancada que seriam usadas para conclusão obra, para compra das “tais vacinas russas”, as quais nunca chegaram ao Rio Grande do Norte, nem a obra foi concluída”.

Quanto ao andamento das obras da Barragem de Oiticica, na região do Seridó, Gonçalves diz que “é a mesma situação, o governo Bolsonaro adiantou o quanto pode, porém devido o atraso nas contrapartidas financeiras do governo de Fátima Bezerra, a obra não foi concluída”. Segundo Gonçalves, “essa história de PAC 3, é “estória para boi dormir”, Lula é um “encantador de burros”, um excelente marqueteiro, porém péssimo gestor”.

“Já conhecemos muito bem o final do “filme”, o PAC está mais para Plano de Atraso do Crescimento, um nome populista”, finaliza o deputado.

Tribuna do Norte