Governo Lula quer criar curso de Medicina exclusivo para assentados do MST em Universidade Federal

Alunos da Turma de Medicina Veterinária do MST, na Universidade Federal de Pelotas, que se formaram no ano passado — Foto: Divulgação MST

O governo Lula pretende criar um curso de medicina exclusivo para assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A ideia já é discutida pelo próprio MST com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), instituição que ofertaria o curso. Seria o primeiro curso de Medicina deste tipo no Brasil.

O Sindicato Médico do RS (Simers) soltou nota condenando a iniciativa e os critérios de seleção. “Que o sistema de processo seletivo para instituições de ensino superior, contido na legislação vigente e considerado justo e legal, seja mantido e não sofra qualquer flexibilização para atender segmentos da sociedade”.

Um dos motivos da nota do Simers é que além do curso não estar sujeito à supervisão do MEC ou do Ministério da Saúde, como é o caso dos cursos regulares, o ingresso dos alunos do MST ao curso se daria apenas por meio de uma redação na qual o candidato deve narrar suas “vivências de luta pela terra”, ou seja, sem vestibular ou ENEM. E mais, para completar, lideranças do MST comporiam os Colegiados de Coordenação e acompanhariam as atividades do curso.

Cursos para assentados e filhos de assentados da reforma agrária não é novidade para a UFPel. Através de convênio, a universidade gaúcha já formou 139 profissionais de Medicina Veterinária e tem mais duas turmas em andamento, uma delas com formatura agendada para 2023.

Com informações de MST e Gazeta do Povo