Trapiá Cia Teatral estreia “1877” refletindo sobre a seca

Texto da peça sobre a seca foi construído a partir de obras como “Os Retirantes”, de José do Patrocínio, e “A Fome”, de Rodolfo Teófilo. — Foto: Divulgação

No próximo sábado 8, o Teatro Alberto Maranhão (TAM) será palco da estreia nacional do espetáculo “1877”. A peça aborda uma das maiores secas já enfrentadas no sertão nordestino. A produção é da Mapa Realizações Culturais em parceria com a Associação Cultural Trapiá.

O contexto histórico retratado na apresentação remonta uma época de privações e angústias que marcaram de forma profunda a vida do sertão nordestino e que impactou todo Brasil. O texto da peça foi construído a partir de diversas obras que retratam essa fase, como “Os Retirantes”, de José do Patrocínio, publicado em 1879, e “A Fome”, de Rodolfo Teófilo, publicado em 1890.

A Trapiá busca retratar, no palco, realidades difíceis que persistem até hoje. O ano de 1877 serve de inspiração para a criação de políticas que visem atender às necessidades dos mais pobres e implementar medidas concretas para lidar com a convivência com a seca. É essa parcela da população que continua a sofrer os impactos mais severos de tragédias, pandemias e falhas por parte do governo.

Texto da peça sobre a seca foi construído a partir de obras como “Os Retirantes”, de José do Patrocínio, e “A Fome”, de Rodolfo Teófilo. — Foto: Divulgação

“O público assistirá a um grupo de atores que apresenta o sertão nordestino em um dos períodos mais terríveis de sua história, que pela primeira vez fez chegar aos tabloides do país a real situação dos sertanejos e a falta de políticas públicas para garantir uma vida digna aos moradores das brenhas do sertão. Um mundo que lutava para continuar vivendo, mesmo quando tudo indicava o oposto. Resistir e ser forte. Isso se faz em 1877, que fala de corpos em suas complexidades, não de números. Que a tragédia de 1877 nos sirva de lição”, detalha Lourival Andrade, diretor do espetáculo.

A estreia de “1877” marca o sexto trabalho da Trapiá Cia Teatral que já conta com um repertório de cinco peças. Ao longo de sua trajetória, o grupo já se apresentou em 54 cidades, em 14 estados brasileiros e no Distrito Federal, recebendo 14 prêmios e indicações em festivais de teatro pelo país.

“Tive o privilégio de acompanhar parte do processo de montagem e assistir alguns ensaios graças à Imersão Trapiá Semente. Algumas palavras que descrevem essa experiência são: indignação e potência. É uma grande felicidade para o Rio Grande do Norte contar com um grupo desta dimensão artística, com essa estética sertaneja e um coletivo comprometido com a arte. Para a Mapa Realizações, é uma honra participar da produção da estreia deste espetáculo, e esperamos um grande público no teatro”, declara Tatiane Fernandes, representante da Mapa Realizações Culturais.

O elenco é formado por: Alexandre Muniz, Emanuel Bonequeiro, Maria Alice, Monica Belotto e Pedro Andrade. Cenário de Custódio Jacinto, figurinos de Monica Belotto e Camila Muniz, iluminação de Adriano Nunes, maquiagem de Bruno César, músicas originais de Carú Fernandes e paisagens sonoras de Emanuel Bonequeiro. A montagem contou com a preparação vocal de Heli Medeiros.

O espetáculo inclui um caráter solidário, com a proposta da arrecadação de alimentos a serem doados a uma instituição que atende mulheres e pessoas trans. Os ingressos estão à venda e podem ser adquiridos por R$ 80 (inteira), R$ 40 (meia) ou R$ 40 (promocional com a doação de 1kg de alimento). Conta com o apoio do Teatro Alberto Maranhão, Galeria Fernando Chiriboga e dos restaurantes Tábua de Carne e La Cachette.

Serviço

1877 (Estreia Nacional)

  • Data: Sábado, 8 de julho, às 19h30
  • Local: Teatro Alberto Maranhão (TAM)
  • Ingressos: R$ 80,00 inteira, R$ 40,00 meia e promocional com doação de 1 kg de alimento R$ 40,00
  • Vendas: Outgo online através deste link e na galeria Fernando Chiriboga, localizado no L3 Midway Mall