Ansiedade na adolescência e saúde mental são temas de palestra em colégio de Natal nesta quarta (19)

Os temas serão discutidos pela psicóloga Rebeca Costa com pais e interessados no Colégio Monte, no Praia Shopping. — Foto: Divulgação

A ansiedade tem várias definições nos dicionários não técnicos: aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo, etc. Na adolescência é um tema que precisa ser constantemente debatido. Essa fase da vida é crucial para o desenvolvimento de bons hábitos, valores e habilidades socioemocionais (empatia, inteligência emocional) que garantem o bem-estar nas próximas etapas da vida.

Nesta quarta-feira (19), o Colégio Monte vai promover, a partir das 16h, uma palestra sobre Saúde Mental, com a psicóloga Rebeca Costa, tendo a ansiedade como principal tema. O evento é aberto para pais e interessados, e será realizado na área de convivência do Colégio.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), entre 10% e 20% dos adolescentes têm problemas de saúde mental, mas são diagnosticados e tratados erroneamente. Por isso, é fundamental conhecer os sinais de transtornos mentais para identificar sintomas e aliviar o sofrimento dos mais jovens por meio do tratamento adequado.

A adolescência é uma fase em que se vive uma explosão de emoções, pensamentos, ideias e experiências que impactam a autoimagem e autoconfiança dos adolescentes. É normal ficar confuso com tantas novidades. O problema é quando a excitação e confusão se transformam em ansiedade.

Adolescentes passam por uma série de mudanças durante a puberdade. Mudanças físicas, emocionais e psicológicas, as quais tornam a adolescência uma fase empolgante, mas confusa.

A busca por identidade, os primeiros relacionamentos amorosos, a influência das amizades, as primeiras conquistas e o aumento de responsabilidades permeiam a mente dos adolescentes. Em meio a tantas experiências jamais vividas, a ansiedade pode aflorar e passar a conduzir as ações e decisões do adolescente.

Quando se aproximam da idade de prestar vestibular, surgem novas preocupações. Que profissão seguir? Que curso fazer? Que universidade escolher? A quantidade de decisões que modificarão o curso do futuro do adolescente também aumenta a ansiedade significativamente.

Como os adolescentes estão em uma fase de descobertas e possuem pouca experiência de vida para lidar com elas, eles são mais suscetíveis a desenvolver transtornos ansiosos ou depressivos que adultos.

Pais podem ter dificuldade para perceber os sintomas dessas condições já que a dificuldade de controlar emoções é característica dessa fase. O adolescente afronta regras, questiona a autoridade dos pais, reage intensamente às situações e acredita estar sempre certo, dificultando a distinção entre comportamentos típicos da adolescência de sinais da ansiedade.

Sinais de ansiedade na adolescência

A ansiedade na adolescência apresenta sintomas semelhantes à ansiedade na vida adulta. No entanto, os adolescentes tendem a lidar com eles de maneiras distintas devido ao baixo alcance emocional.

Como não sabem que o que estão sentindo possui ligação com a ansiedade, eles acreditam se tratar de traços de personalidade. Assim, quando alguém faz um comentário, eles rapidamente se colocam na defensiva. “É só o meu jeito!”, respondem.

A aquisição de conhecimento sobre o que é ansiedade e como administrá-la ajuda o adolescente a identificar sinais em seu comportamento, facilitando a procura por tratamento adequado.

Os sintomas típicos da ansiedade são:

  • Preocupação excessiva, especialmente com coisas pequenas;
  • Fadiga e sonolência diurna;
  • Dificuldade para dormir;
  • Dores musculares inexplicáveis;
  • Perda de apetite ou apetite excessivo, causando considerável perda ou aumento de peso;
  • Falta de ar;
  • Apreensão constante com o futuro;
  • Dificuldade para se socializar;
  • Autoestima baixa;
  • Roer as unhas ou arrancar cabelo;
  • Desatenção e perda de memória;
  • Tristeza; e
  • Perda de interesse em atividades e hobbies que antes gostava.

Além disso, é comum os adolescentes se afastarem dos pais e amigos, se recusando a falar sobre as causas de suas aflições. Dessa forma, é preciso que os pais estejam sempre atentos ao comportamento dos filhos para que possam buscar tratamento psicológico no momento adequado.