Uso político do BNDES é motivo de preocupação

Marinho: Obras em Cuba e Venezuela foram financiadas pelo principal banco de fomento do País. — Valter Campanato

O senador Rogério Marinho vem externando sua preocupação com o rumo da economia do país, inclusive com relação ao uso político do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para o parlamentar potiguar, o dinheiro do contribuinte de impostos “corre perigo”, citando que entre 2008 e 2014, o BNDES captou R$ 440,8 bilhões de recursos de trabalhadores via FGTS, Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e outras fontes, mas naquele período, os recursos terminaram financiando projetos que “não são necessariamente do interesse do trabalhador. Essa prática pode voltar”.

Rogério Marinho exemplificou, nas redes sociais, que o dinheiro depositado no principal banco de fomento do País “foi usado para financiar obras em Cuba e Venezuela. O risco de calote era garantido aqui no Brasil pelo Tesouro Nacional”.

Segundo Marinho, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff “e ao longo dos últimos anos, o BNDES foi despedalado. O dinheiro dos brasileiros usado para a política dos “campeões nacionais” começou a voltar para os cofres públicos”.

Marinho diz que os pilares da politica econômica construída pelo ex-presidente Jair Bolsonaro “o atual governo agora pretende destruir”.

O senador potiguar afirma que gestões técnicas dos últimos anos reduziram subsídios ao banco e buscaram propósito claro dos empréstimos. A captação com recursos privados chegou a 6,87% do PIB, valor que era inferior aos empréstimos do BNDES até 2015, como mostra o gráfico abaixo.

“O fortalecimento do BNDES foi consagrado pelo crescimento do Índice de Basiléia, padrão global para medir a saúde financeira destas instituições. O indicador passou de 0,40 no ano passado, com patrimônio de referência em quase R$ 200 bi. Muito superior à época do PT”, informou o senador.

Rogério Marinho disse, ainda, que há um ano, o banco registrou R$ 34,1 bilhões de lucro líquido, maior valor de sua série histórica, e passou a ter a maior carteira de concessões de infraestrutura do mundo: “Agora tudo pode ir por água abaixo. Há ameaça de retrocesso e novas roupagens da política de “campeões nacionais. E isso já ficou provado que não deu certo”.

Neste início de mandato no Senado, Rogério Marinho diz que o seu trabalho, na oposição, ”será de luta contra a volta desse passado tenebroso. Não podemos permitir o uso ideológico do BNDES pelo governo de ocasião enquanto o Brasil anseia por investimentos de infraestrutura”.

O senador já declarou que também recebeu “com apreensão a decisão do novo presidente do BNDES de rediscutir a TLP, medida que reduziu o crédito subsidiado e equilibrou as contas do País, trazendo crescimento econômico. Mexer no que está dando certo e voltarmos ao status anterior é garantia de insucesso”.

Tribuna do Norte