Investigações sobre gastos do Butantan levam à saída de Dimas Covas

A fundação tem sido turbinada na gestão de Dimas Covas. — Foto: Reprodução

Gastos da fundação vinculada ao Instituto Butantan com contratos sem licitação, obras e altos salários levaram a um desgaste da relação entre a cúpula da entidade e a gestão de Rodrigo Garcia (PSDB), além de questionamentos por parte do TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Após a Folha publicar uma reportagem sobre o tema e questionar o Butantan sobre parte desses casos, Dimas Covas pediu demissão do seu cargo de diretor do instituto nesta quarta (30). Isso aconteceu durante uma reunião entre ele e o governador.

O pedido, então, foi aceito pelo secretário David Uip, da pasta Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde. Ele permanece, contudo, no comando da fundação.

“O Dimas pediu demissão por motivos pessoais. Nunca concordei que o presidente ou superintendente da fundação fosse também o diretor do instituto. O instituto tem a fundação como apoio, e não acho que o instituto de apoio pode ser maior que a instituição mãe”, disse Uip à Folha.

A Fundação Butantan é uma entidade privada que atua como braço operacional e administrativo em apoio ao Instituto Butantan, que é vinculado ao governo estadual. Enquanto a parte pública da entidade tem diminuído, esse braço privado cresceu nos últimos anos.

A fundação tem sido turbinada na gestão de Dimas Covas. Quando ele assumiu, em fevereiro de 2017, a entidade tinha 1.327 empregados, contra 663 servidores do instituto. Cinco anos depois, são 2.970 empregados na fundação contra 461 no instituto. Os dados são de fevereiro de 2022, os mais recentes disponíveis.

Folha de S. Paulo