Seleção chega para a Copa com pensamento ofensivo, diferente de outros mundiais

O jogador Neymar é o camisa 10 da seleção. — Foto: Reprodução

Líder do Ranking FIFA/Coca-Cola, a Seleção Brasileira vai ao Qatar com uma mudança de mentalidade. É uma Seleção mais arrojada, que absorveu o talento de diversos jovens atacantes neste ciclo. Jogadores que saíram cedo do país e não tiveram dificuldade para se estabelecer em grandes clubes e grandes ligas da Europa.

Estamos falando de uma turma que ajuda a tirar o peso das costas de Neymar como força criativa na Copa do Mundo FIFA. “A Seleção tinha resultados, solidez, mas faltava pitada de impetuosidade e de criatividade que esses jogadores trouxeram”, afirma Tite. O técnico abraçou essa nova geração rapidamente e, agora, vai ter uma dor de cabeça para definir o grupo final – mesmo com a possibilidade de elaborar uma lista estendida de 26 nomes.

Sua equipe fez a melhor campanha da história das Eliminatórias Sul-Americanas, com 14 vitórias, 3 empates e nenhuma derrota, tendo marcado 40 gols e sofrido apenas cinco. E agora espera ir muito mais longe na Copa.

Tite é o primeiro treinador a dirigir a Seleção em duas Copas consecutivas, de modo ininterrupto, desde a dobradinha de Zagallo em 1970 e 74 – Telê Santana esteve em 1982 e 86, mas chegou a deixar o cargo no meio do caminho. Isso é algo que evidencia a credibilidade que o profissional de 61 anos construiu principalmente em seus tempos de Corinthians, num país que vem abrindo cada vez mais espaço para técnicos estrangeiros em seus clubes.

Também pudera: ainda que as derrotas para a Bélgica nas quartas de final da Rússia 2018 e para a Argentina na final da Copa América 2021 sejam dolorosas, no geral o treinador guiou a Seleção a um período de excelência. Ele comandou o time em 76 partidas, com 58 vitórias, 13 empates e cinco reveses rumo Qatar.

Nos últimos dez anos, o técnico vem gradativamente expandindo seu repertório tático, enquanto se firmou com uma liderança admirada por veteranos e pelos mais jovens. De 2018 para cá, a Seleção ganhou em variações, testando no penúltimo amistoso, contra Gana, a mais recente delas: uma formação com um 4-3-3 que, com a bola, podendo se transformar até mesmo num 3-2-5, para acomodar a farta oferta ofensiva a seu dispor.

Esse recurso, de todo modo, deve ser algo para momentos extremos. É de se esperar um 4-3-3, com Neymar atuando como um meia com plena liberdade para circular pelo campo, dependendo do adversário e da dinâmica de cada partida. É provável também que um dos laterais assuma a função de armador/meio-campista para reforçar a articulação e troca de passes, uma vez que as duas faixas laterais já estarão ocupadas por pontas bem abertos.

O Brasil tem um time relativamente baixo, que pretende vencer seus adversários com controle de bola, habilidade e velocidade. As informações são da Tribuna do Norte.