Contrabando de cigarros: Polícias miram operações contra o crime que movimenta milhões no RN

Foram ações da Polícia Federal e da Polícia Civil do Estado, que causaram prejuízos milionários aos contrabandistas. — Foto: Reprodução

As forças de segurança pública do Rio Grande do Norte parecem ter deflagrado, na última semana, guerra ao contrabando de cigarros, que tem o Estado como rota de transporte e “lavanderia” para o dinheiro sujo lavantado no esquema. Foram ações da Polícia Federal e da Polícia Civil do Estado, que causaram prejuízos milionários aos contrabandistas.

A ação da Polícia Federal é a mais recente. Foi deflagrada na sexta-feira (21), a chamada Operação Pomelo, destinada a apurar lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica decorrente do contrabando de cigarros. Foram 12 mandados de busca e apreensão nos municípios de Natal/RN, Juazeiro do Norte/CE, Anápolis/GO, Brasília/DF, Salvador/BA e Boa Vista/RR, além de um mandado de prisão preventiva e cautelares de sequestro de bens, ordens expedidas pela 2ª Vara Federal – Seção Judiciária do Rio Grande do Norte.

A operação teve início com a instauração de inquérito policial no ano de 2018, a partir da identificação de operações atípicas, pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), realizadas por pessoas com residência em Natal, RN.

Com a investigação policial, que contou com a participação da Receita Federal, comprovou-se a existência de um grupo liderado por um foragido da Justiça do estado do Ceará, que adotou identidade falsa no Rio Grande do Norte e seguiu com sua vida dedicada ao crime, especialmente atos de contrabando de cigarro do Paraguai para o restante do país.

  • Na capital potiguar, identificou-se um grupo que prestava apoio logístico para as ações criminosas, realizando pagamentos a fornecedores de cigarros, comprando caminhões e reboques utilizados para o transporte da mercadoria ilícita, contratando motoristas etc. Por meio das contas bancárias dos investigados, o grupo movimentou mais de R$ 100 milhões, parte do qual destinado a doleiros investigados em outras operações da Polícia Federal como, por exemplo, Chorume, Shawarma e Hora da Ceifa.

No sábado (15), policiais civis da 20ª Delegacia de Polícia Civil (DP de Macaíba) realizaram a segunda fase da operação “Câncer Maligno”, que resultou na apreensão de aproximadamente 500 mil maços de cigarros contrabandeados, a maior já registrada pela instituição esse ano, provocando um prejuízo de cerca de dois milhões de reais ao crime organizado.

A mercadoria foi apreendida numa fazenda localizada no município de Bom Jesus, região agreste potiguar. No imóvel, também foram apreendidos sete veículos carregados com o mesmo material ilícito. A ação também contou com o apoio da Polícia Militar. No momento da chegada dos policiais, os suspeitos conseguiram se evadir, não sendo possível efetuar suas prisões.

Alguns dias depois, na quarta-feira (19), teve desdobramentos da segunda fase, com o cumprimento de novos mandados. As informações são do portal da 96.