Primeira vacina anticoncepcional para homens deve ficar pronta em 2023

Os efeitos do método podem durar até 10 anos e devem chegar ao mercado em 2023. — Foto: Reprodução

Um anticoncepcional masculino está sendo produzido por cientistas do Instituto Indiano de Tecnologia. Segundo os pesquisadores, o novo método contraceptivo é em formato de vacina e tem o nome de Risug (Inibição Reversível do Esperma Sob Controle). Os efeitos do método podem durar até 10 anos e devem chegar ao mercado em 2023. De acordo com os voluntários da pesquisa, por ser menos doloroso e reversível, o novo procedimento foi considerado mais benéfico do que a vasectomia.

O contraceptivo é um gel que danifica as caudas dos espermatozóides individuais, impedindo-os de fertilizar um óvulo. O polímero é injetado no ducto deferente através da técnica sem bisturi. O processo pode ser revertido a qualquer momento com uma injeção de água e bicarbonato de sódio. Um teste feito em 300 voluntários apontou 97% de eficácia. Os efeitos contraceptivos foram observados em até 6 meses.

Além de inchaço escrotal temporário e dor escrotal e inguinal leve (na região da virilha) que se resolveram dentro de um mês, nenhum efeito colateral adverso foi relatado durante os testes em humanos para Risug.

A grande vantagem deste tipo de contraceptivo é que ele não é baseado em hormônios. As tentativas de desenvolver uma pílula anticoncepcional masculina baseada em hormônios sexuais sofreram problemas no passado, devido a efeitos colaterais em homens, incluindo acne e alterações de humor — ambos problemas comuns em pílulas para mulheres. Mas outros problemas também foram relatados, como ganho de peso, depressão e aumento dos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o que consequentemente aumenta o risco de doença cardíaca, além de baixa efetividade.

Desde a criação da pílula anticoncepcional na década de 1960, utilizada hoje por mais de 214 milhões de mulheres no mundo, cientistas buscam um método contraceptivo que funcione de forma parecida e possa ser direcionado aos homens.

Enquanto as mulheres na nascem com todos os óvulos que serão liberados durante a sua vida, o homem produz novos espermatozoides a cada 75 dias. Um anticoncepcional masculino teria que inibir a formação do esperma ou impedir sua liberação na prática sexual.