Sesap emite alerta para municípios sobre metas de combate ao polio

Grande parte dos 167 municípios estão em alto risco de reintrodução da poliomielite. — Foto: Reprodução

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) emitiu, nesta sexta-feira (9), nota de alerta aos municípios do Rio Grande do Norte para solicitar esforços no alcance das metas de vacinação contra a poliomielite. Grande parte dos 167 municípios estão em alto risco de reintrodução da poliomielite por apresentarem cobertura vacinal abaixo dos níveis mínimos esperados nos últimos anos.

“Nós da Sesap encaramos a poliomielite com esse grave risco iminente de circulação do vírus em nosso país. Desde a erradicação em 1989, nunca havíamos tido uma cobertura vacinal tão frágil como a de hoje em dia. Essa cobertura baixa e o aparecimento da doença em outros países, como os Estados Unidos, nos coloca numa situação de alto grau de vulnerabilidade e se não avançarmos com a proteção a partir do processo de vacinação estaremos na vulneráveis ao retorno dessa doença que pode deixar sequelas irreversíveis a nossas crianças”, ressalta Kelly Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap.

O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), pediatra Juarez Cunha alerta que a falsa sensação de segurança da população, a desinformação e a falta de campanhas educativas estão contribuindo para que a cobertura vacinal esteja em queda no Brasil desde 2015. Sem atingir as metas de vacinação, o país pode voltar a enfrentar surtos de doenças que já haviam sido eliminadas, como a poliomielite.

“De forma geral, todas as coberturas vacinais estão baixas. Se, em 2019, elas já eram baixas, agora em 2022 ficaram mais baixas ainda. E o que isso significa? Todas as doenças chamadas imunopreveníveis e, em especial a população vulnerável, que são as crianças, estão desprotegidas”, disse o pediatra.

Dia D

Uma das estratégias articuladas será a realização do Dia “D” de mobilização estadual no próximo dia 17 de setembro, além da ampliação do horário de funcionamento nos postos aos sábados ou em outros horários oportunos, como o turno da noite. Entre outras ações, sugere a busca ativa através das equipes de estratégia de saúde da família e parcerias com outros setores estratégicos para divulgação, como escolas, igrejas e sindicatos.

A vacina contra a poliomielite é indicada para crianças de 1 a menores de 5 anos. O esquema vacinal do Calendário Nacional de Vacinação é composto por três doses da vacina inativada poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses, com a vacina oral poliomielite (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A meta de cobertura vacinal maior ou igual a 95% deverá ser alcançada em todos os municípios brasileiros, tanto na rotina quanto na campanha contra a doença.