Assistência para pacientes com câncer de cabeça e pescoço é discutida em audiência na Assembleia Legislativa

Um dos pontos mais abordados foi a necessidade de que o Poder Público viabilize próteses. — Foto: Divulgação

A Campanha Julho Verde, que trata sobre a prevenção do câncer de cabeça e pescoço, foi assunto em audiência pública nesta quinta-feira (14), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Com o tema “Os efeitos da pandemia no diagnóstico e tratamento do câncer de cabeça e pescoço no RN”, a audiência pública, proposta pela deputada estadual Cristiane Dantas, abordou a situação no Estado e alertou para a importância de se buscar o tratamento precoce da doença. Um dos pontos mais abordados pelos presentes foi a necessidade de que o Poder Público viabilize próteses para pessoas que têm sequelas após o tratamento.

O médico Luís Eduardo Barbalho, cirurgião de cabeça e pescoço e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço – SBCCP no RN, destacou em sua apresentação casos clínicos de pessoas que tiveram o tratamento precoce e também de pacientes que tiveram um diagnóstico tardio, ficando com sequelas significativas. “As chances de cura para pacientes com tratamento precoce chegam a 80%, enquanto nos casos de atendimento tardio as chances caem para 30%. O diagnóstico precoce é fundamental”, explicou o Dr. Luís Eduardo. O cirurgião acrescentou ainda, no final da audiência: “A audiência foi muito propositiva. Pela primeira vez tivemos a presença de todos os atores envolvidos na assistência à saúde e a prevenção, desde a atenção primária, como a atenção terciária. Acredito que dessa audiência sairá ações que a gente poderá cobrar mais adiante”, declarou.

Para a deputada Cristiane Dantas, a campanha merece toda atenção, assim como os relatos das necessidades que os pacientes enfrentam no serviço público. “Informar a população sobre a importância do diagnóstico precoce é a chave para a cura da maioria dos tipos de câncer, e não é diferente para o câncer de cabeça e pescoço”, disse a deputada.

Um dos pontos mais abordados foi a necessidade de que o Poder Público viabilize próteses. — Foto: Divulgação

A promotora do Ministério Público, Iara Pinheiro, apontou situações em que há judicialização de serviços de saúde. Segundo ela, sua promotoria tem 16 procedimentos e duas ações judiciais em curso com o tema da oncologia. “A discussão tem que ser ampliada e é preciso que alguns pontos, como a disponibilização de exames de tomografia e ressonância às pessoas adultas, sejam garantidos”, defendeu.

A audiência contou a presença de médicos, dentistas e fonoaudiólogos, que apresentaram diversas situações sobre a realidade dos pacientes que sofrem com o câncer de cabeça e pescoço. Formando a mesa, que foi presidida pela deputada Cristiane Dantas, o Dr. Luís Eduardo Barbalho (cirurgião de cabeça e pescoço e membro da sociedade brasileira de cirurgia de cabeça e pescoço no RN); Iara Pinheiro (Promotora de justiça da saúde); Dra. Joilda Batista de Almeida Rego (médica oncologista do núcleo de regulação de oncologia e nefrologia da secretaria estadual de saúde); Dra. Sheila Morais (cirurgiã de cabeça e pescoço); Dr. Flávio Marques (cirurgião dentista); Carla Afonso (fonoaudióloga da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer); Ednice Moreira de Souza (diretora do departamento de atenção especializada da SMS/Natal) e a Dra. Dinara Teresa Batista de Moura (Conselheira e Secretária Executiva do Conselho Regional de Enfermagem).