27 de julho – Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço

Campanha Julho Verde alerta sobre risco de diagnóstico tardio do Câncer de Cabeça e Pescoço — Foto: Assessoria

Nesta terça-feira, 27 de julho, é o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. Em 2021, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), está realizando a quinta edição do Julho Verde e traz o slogan “O câncer tá na cara, mas às vezes você não vê” para tratar da importância da prevenção, do diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação.

Anualmente, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra cerca de 40 mil novos casos de cânceres de cabeça e pescoço, denominação genérica de tumores que se originam em regiões das vias aéreo-digestivas, como boca, língua, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe e seios paranasais.

Conscientizar a população sobre a importância do autocuidado e atenção aos primeiros sinais e sintomas da doença para a obtenção de um diagnóstico precoce, amplia as taxas de cura com menos sequelas. E, em decorrência do impacto da pandemia, houve um aumento de casos de retirada de toda a laringe; isso acontece devido o diagnóstico tardio, ou seja, a demora das pessoas procurarem o médico para consultas e, quando foram, já estavam em estágio avançado.

Dr. Luís Eduardo Barbalho de Melo, da SBCCP e representante da campanha no Rio Grande do Norte, alerta que as pessoas que bebem e fumam têm dez vezes mais risco de desenvolver um câncer de cabeça e pescoço se comparado as pessoas que não tem tais hábitos. E comenta “chama-se atenção para rouquidão crônica que não melhora com remédios em trinta dias, feridas na boca, na bochecha, uma afta que não cicatriza, dificuldade para mastigar ou engolir, dentes moles, caroço no pescoço, por exemplo, são sintomas que denunciam prenúncio para algo que possa estar acontecendo no organismo. E isso pode fazer a diferença entre a rapidez do diagnóstico, por se tratar de sintomas iniciais. Então, é necessário recorrer ao médico o quanto antes”, orienta Dr. Luís Eduardo. O diagnóstico tardio resulta no óbito de cerca de 50% dos casos, sendo uma média de três a cada quatro novos casos, já em estágio avançado da doença.

Além da ingestão de bebidas alcóolicas e do tabagismo, outros fatores de risco como má higiene bucal; infecções virais pelo Papilomavírus Humano (HPV) – transmitido principalmente através das relações sexuais sem uso de preservativos; consumo de bebidas quentes – exemplo das tradicionalmente servidas em temperaturas muito altas, como o chimarrão/mate; exposição excessiva ao sol (câncer de lábios, couro cabeludo); exposição a poeira de madeira, têxtil, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno, produtos radioativos; infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), que pode causar a mononucleose infecciosa – manifestação de vírus transmitida por contato com outras salivas, são apontados.

O tratamento do Câncer de Cabeça e Pescoço vai depender do tipo de tumor e somente o diagnóstico, com acompanhamento médico, podem definir a melhor forma. Dentre eles, estão cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo. Em muitos casos, é necessário a combinação de mais de um deles para uma resposta eficaz.