AstraZeneca anuncia remédio para tratar infectados pelo novo coronavírus

O medicamento, conhecido como AZD7442, teria uma combinação de anticorpos de longa ação. — Foto: AFP/Paul Ellis

Por Poder 360 — Cientistas britânicos estão testando um novo remédio que poderia impedir os infectados pelo coronavírus de desenvolverem doença causada pelo vírus, covid-19. O medicamento, conhecido como AZD7442, teria uma combinação de anticorpos de longa ação. A notícia foi publicada no jornal britânico The Guardian.

No lugar de usar anticorpos produzidos pelo organismo para combater a infecção, são usados na droga anticorpos monoclonais criados em laboratório. Isso seria capaz de prover imunidade instantânea contra a covid-19. A droga poderia ser administrada, por exemplo, como tratamento emergencial para a contenção de surtos da doença em hospitais e asilos.

Ela seria também uma forma de conter a quantidade de mortes e complicações ocasionadas pela doença enquanto não há vacinas para toda a população.

A droga está sendo desenvolvida pela AstraZeneca, mesma farmacêutica que pesquisa a vacina contra o coronavírus comprada pelo governo federal brasileiro. Ainda estão envolvidos no projeto os Hospitais da Universidade College Londres, em tradução livre (UCLH).

Segundo o jornal, os documentos sobre o ensaio clínico enviado aos Estados Unidos mostram que é investigada “a eficácia do AZD7442 para profilaxia pós-exposição da covid-19 em adultos”. O tratamento impede que o vírus se acople às células humanas.

“A proteína da espora do Sars-CoV-2 contém o RBD (domínio de receptor-obrigatório) do vírus, que possibilita ao vírus unir-se aos receptores em células humanas. Mirando a essa região da proteína da espora do vírus, anticorpos podem impedir o vírus de se acoplar em células humanas, e assim poderia bloquear a infecção”, diz o documento.

Caso a eficácia seja comprovada, o medicmaento deve ser tomado até o oitavo dia da exposição ao vírus e impediria o desenvolvimento da covid-19 por até 12 meses. Os participantes dos testes estão recebendo duas doses do remédio.

Seria possível ter a droga até março ou abril de 2021, se aprovado pelas agências reguladoras de medicamentos depois de ter os estudos revisados. Os testes são feitos em UCLH, outros hospitais britânicos e uma rede de 100 outros lugares pelo mundo.

Os UCLH ainda fazem um teste paralelo com a mesma droga. A ideia é descobrir se o remédio protege pessoas com o sistema imune comprometido, como é o caso de quem faz quimioterapia. Esse estudo recebeu o nome de “Provent”. Tanto esse quanto o Storm Chaser estão na fase 3, a última dos testes de medicamentos.

Os 2 ensaios são efetuados no novo centro de pesquisas em vacinas dos UCLH, financiado pelo braço de pesquisas do NHS (Nacional Health Service, equivalente do SUS no Reino Unido).

Só no Brasil o coronavírus já matou ao menos 190.488, segundo o Ministério da Saúde. Além do número de pessoas que perdem a vida, o vírus também causa estrago na economia mundial.

As formas mais eficazes de conter a proliferação do coronavírus conhecidas envolvem isolamento social, o que impede o trabalho em diversos setores da economia.

É aguardada para 2021 a vacinação em massa da população, que já começou em alguns países. Pesquisa PoderData mostrou que cada vez menos brasileiros querem ser vacinados contra a covid-19.