Mulher se recusa a usar máscara em UPA e é presa por injúria racial contra atendente: ‘Só podia ser preta mesmo’

Vítima contou à polícia que relevou quando a mulher a chamou, primeiro, de 'negona folgada', mas chamou a polícia quando ela proferiu a segunda injúria — Foto: Guilherme Berti/ PMMC

Por G1 Mogi das Cruzes e Suzano — Uma mulher, que se recusou a usar máscara dentro de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mogi das Cruzes, foi presa em flagrante pela Polícia Civil após proferir ofensas racistas contra a atendente da unidade.

A mulher de 48 anos, cuja identidade não foi revelada, usou as expressões “negona folgada” e “só podia ser preta mesmo” para se referir à atendente da unidade, uma funcionária negra de 34 anos. O caso aconteceu na unidade do bairro Rodeio, na tarde desta quarta-feira (25).

Segundo o boletim de ocorrência, a paciente foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à unidade de saúde reclamando de dor nas pernas.

No local, a atendente entregou uma máscara à paciente e solicitou que ela usasse, considerando o perigo de contágio pelo novo coronavírus. De acordo com o boletim de ocorrência, neste momento, a mulher reclamou e chamou a atendente de “negona folgada”.

Ainda de acordo com o registro policial, a funcionária relevou a primeira ofensa (“negona folgada”) e voltou a solicitar que a paciente colocasse a máscara. A mulher, então, a ofendeu de novo dizendo “só podia ser preta mesmo”.

A Polícia Militar foi chamada e a paciente foi detida. Ela foi encaminhada à Central de Flagrantes. A funcionária e uma colaboradora da UPA que testemunhou a situação também foram à Central.

Na delegacia, a suspeita disse estar em situação de rua, não quis contatar nenhum familiar e também disse não ter dinheiro para pagar a fiança de um salário mínimo.

Ela foi presa em flagrante e o caso foi registrado como injúria racial.