‘Não tô em guerra com ninguém’, diz ex-esposa de Gugu

Viúva de Gugu deu uma entrevista ao 'Fantástico' — Foto: Reprodução

POR O DIA — Um ano após a morte de Gugu Liberato, Rose Miriam de Mateo decidiu conceder uma entrevista exclusiva para o ‘Fantástico’. A médica tenta na Justiça o reconhecimento de uma união estável, o que mudaria radicalmente a distribuição da herança. A entrevista aconteceu em São Paulo, esta semana, na casa do advogado dela, Nelson Willians.

Abaixo, alguns destaques da entrevista.

Fantástico – Como foi esse ano para você?
Rose Miriam – A gente tá em luto ainda. Eu não acredito ainda que o Gugu se foi. A gente sempre acha que ele vai chegar. Papai tá chegando.

F – Como é que cada um se comporta com a falta do pai?
R – Olha… a gente não conversa muito sobre a morte. A morte do Gugu foi um momento muito trágico para nós. Não deu meia hora que o Gugu chegou em casa e faleceu na queda. Foi horrível. Ele abriu a porta, veio com aquele sorriso, aquele abraço gostoso, falou: cadê as crianças? Falei: cada um estava no seu cantinho. Aí ele foi lá, brincou com a Marina primeiro, depois a Sofia, depois o João já apareceu. Ele deu um abraço em cada um ele falou: a casa tá muito quente. Aí ele subiu no ar condicionado. Era só um revestimento de espuma e gesso. Ele pisou e o peso não suportou, o gesso não suportou e caiu. E ao João, eu dizia: pelo amor de Deus, filho, telefona, o resgate. e naquele desespero também, as crianças, as meninas, eu chacoalhava, eu tentava abrir a boca dele para ver se ele conseguia respirar e ele não estava respirando.

F – Por que você acha que você não foi contemplada no testamento?
R – Em 2011 eu e o Gugu nós tivemos um atrito, um atrito assim, de casal, um motivo entre eu e ele. Como infelizmente acontece em outros casais também. Um atrito, é natural. Durou alguns meses, mas pouquíssimo tempo, por volta de uns três meses, talvez? Ele fez esse testamento foi exatamente nessa época, então eu não sei o que ele sentiu de mim. Será que ele sentiu raiva de mim? Pode ser. Eu não senti. Mas o que vai fazer? A gente não sabe o que passa no coração e na mente das pessoas.

F – Como é que tem sido essa convivência dentro da mesma casa, sendo que vocês estão em lados diferentes nessa questão jurídica?
R – É estranho porque eu não tô em guerra com meus filhos, eu não tô em guerra com ninguém. Eu falo: Deus, eu não sei como é que aparece essa situação dos meus filhos terem advogados contratados pra… pra estarem em oposição comigo, mas nós não estamos em oposição. Eles são meus filhos, me amam, eu amo meus filhos e desejo o melhor pra eles. Mas eu tenho os meus desejos também, eu tenho a minha posição como mãe, como companheira que fui durante todos esses 20, 19 anos, esses 20 anos da minha vida que nós estivemos como família.

F – Mas dentro de casa não teve um momento em que vocês conversaram ou brigaram sobre isso?
R – Houve realmente um momento, eu tive que inclusive sair de lá por duas vezes, pegar o avião e vir pra cá, ficar junto da minha mãe e dos meus irmãos. Porque eu tava em depressão. Fiquei muito mal, sabe, com todo esse contexto judicial. Eu falei: eu vou acabar desistindo, porque eu não tô suportando a barra lá em casa. Ao ponto dos meus filhos dizerem coisas que nenhuma mãe quer ouvir. mas coitado, não é culpa deles. não é culpa de ninguém. Eu não tô querendo tirar nada que é dos meus filhos, porque tudo será preservado, tudo será dos meus filhos. Eu quero ter um reconhecimento porque eu não quero viver às custas de ninguém, sabe?