‘Ele não ficou assustado’, diz mãe de menino de 4 anos que encontrou jararaca dentro do carro

Cobra abocanhou banco do carro antes de ser capturada pelo Corpo de Bombeiros em Guaxupé (MG) — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Por Franco Junior e Fernanda Rodrigues, G1 Sul de Minas — A história da jararaca encontrada embaixo da cadeirinha de uma criança em um carro na cidade de Guaxupé (MG) foi um susto maior para a mãe do que para o menino de 4 anos, o primeiro a ver a cobra. Em entrevista ao G1, a empresária Tatiani Cristina Silva Cruvinel contou que o filho ficou tranquilo e só se espantou com a reação da mãe.

“Ele não ficou assustado. Na cabecinha dele, ele não entende muito a gravidade do problema. Ele sabia que era um bicho perigoso, mas não sabia o que tinha acontecido. Eu quem assustei ele com o choro”, lembrou.

Tatiani conta que na segunda-feira (9) saiu para trabalhar cedo, colocou o filho Francisco na cadeirinha e parou o carro em frente ao trabalho. De lá, ela levou o garoto a pé para uma aula e resolveu buscá-lo com o veículo. Na saída da aula, veio o susto.

“Parei o carro na porta do consultório e, normalmente, a professora traz ele e coloca na cadeirinha para mim. Fiquei parada em frente ao consultório esperando, até que a professora trouxe ele. Ela abriu a porta e assim que ele colocou o pezinho no carro, já viu. Ele disse ‘a cobra’”, relembra a mãe.

Ainda sem entender o que tinha acontecido, a mãe foi alertada pela professora que realmente havia uma cobra no carro. Neste momento, Tatiani conta que ficou desesperada dentro do carro e a única reação que teve foi a de correr e abraçar o filho.

“Eu não imaginava que era uma cobra tão grande. A minha reação foi só a de correr perto dele, abraçá-lo e agradecer a Deus por não ter acontecido nada. A gente anda nesse carro, ele na cadeirinha dele e a cobra estava na cadeirinha. Não ter acontecido nada foi Deus mesmo”.

Novo susto

Depois do primeiro susto, Tatiani relembra que levou outro pior: o de saber qual a espécie da cobra e como ela é venenosa.

“Até então, eu não sabia a gravidade do problema, que cobra era, o que tinha acontecido. Quando os bombeiros falaram, eu desabei a chorar mais ainda, de saber que era uma jararaca, que é uma cobra muito venenosa. Foi um dia de oração e agradecimento por não acontecer nada pior”.

Captura da cobra

A Equipe de Salvamento Terrestre do 4º Pelotão de Bombeiros capturou a jararaca. A cobra, segundo o tenente Josué Pereira de Oliveira, apesar de ser agressiva e de ter até mesmo abocanhado o banco do veículo, foi capturada sem ferir ninguém.

“A gente recebeu a solicitação para capturar a cobra, que estava dentro do veículo. Chegando a guarnição no local, os militares encontraram com o carro com as portas fechadas. Somente a porta dianteira estava aberta. Ao abrir a porta de trás, os militares viram a cobra embaixo da cadeirinha da criança”, relatou.

Josué conta que os bombeiros tiveram dificuldade, já que a cobra estava agitada. “Ela passou debaixo do banco do passageiro e foi para a parte da frente. Ela chegou a abocanhar o banco. Os militares conseguiram conter a cobra”.

Posteriormente, a jararaca foi solta em uma mata nativa nos arredores da cidade, em uma região distante de áreas residenciais. Com isso, Francisco pode sentar na cadeirinha e a mãe Tatiani dirigir o carro sem mais nenhum susto.