Amigo diz que francês esfaqueado por garoto de programa ‘não consegue falar’

Comissário de voo está no Hospital Miguel Couto após ter sido golpeado na nuca, no pescoço, no peito e na mão — Foto: Reprodução

POR RAI AQUINO — O comissário de voo francês que foi esfaqueado por um garoto de programa em Ipanema recebeu a visita de um amigo, neste sábado. Claude Arnaud Franck Lahanque, de 56 anos, está internado no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desde o dia do crime, a noite da última segunda-feira. O estrangeiro foi alvo de pelo menos cinco facadas dadas por Maurício Aparecido Vieira Alcântara, 42, que foi preso na tarde de ontem.

Claude foi golpeado na nuca, no pescoço, duas vezes no peito (chegando a ter o pulmão perfurado) e teve um corte profundo na mão. Ele chegou a ficar em estado grave, passou por cirurgias e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, está consciente e estável na unidade intensiva do Miguel Couto.

“Eu vi nos olhos dele que ele está melhor, mas isso não tira a gravidade de seu estado. Ele está grave, mas estável”, conta o amigo, que é de São Paulo e preferiu não se identificar. “Ele se emocionou e tentou falar comigo, mas não consegue falar, por causa de uma traqueostomia”.

A expectativa é que o estrangeiro seja transferido para um hospital particular a qualquer momento.

Claude foi agredido no apartamento que alugou com o amigo no bairro da Zona Sul do Rio. Ele conheceu Maurício em um aplicativo de relacionamento voltado para o público LGBTQIA+ e resolveu convidar o rapaz para o seu endereço.

O agressor contou à polícia que esfaqueou o comissário após ele se negar a pagar os R$ 200 que os dois haviam combinado pelo programa. Após as agressões, ele fugiu do local, sendo capturado neste sábado, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, pela Delegacia Especial de Atendimento ao Turismo (Deat), que investiga o caso.

“Eu estava fora de casa no momento e duas horas depois o proprietário me ligou contando o que havia acontecido. Fui ao apartamento, que estava cheio de sangue, e de lá parti para o hospital”, relembra o amigo.

No Miguel Couto, o paulistano disse que policiais o abordaram, revelando a gravidade do francês. Ele se lembra de ter ficado apavorado, depois que soube do que tinha acontecido com o amigo.

“Ele é uma pessoa super do bem. Fiquei chocado, horrorizado e com muito medo de perder o meu amigo, mas sempre com fé e esperança. A gente vê isso na novela, em filmes e não imagina que pode acontecer”, lamenta.