Departamento de Infectologia da UFRN não recomenda ivermectina e cloroquina

Especialistas afirmam não haver dados na literatura que justifiquem uso de qualquer remédio para prevenir a doença, citando inclusive a ivermectina — Foto: Reprodução

Foi divulgada hoje uma atualização para a nota produzida no início deste mês falando do uso de medicação e de terapêuticas no tratamento da covid-19. O documento (acesso neste link) foi produzido pelo Departamento de Infectologia (DINF/UFRN) do Centro de Ciências da Saúde(CCS/UFRN) e é direcionado aos médicos e à comunidade acadêmica da UFRN.

A nota teve sua primeira versão publicada em 7 de julho, quando o Departamento de Infectologia realizou uma reunião para apresentar e discutir dados da literatura científica que justificassem o uso de algumas medicações para prevenção e tratamento de agravamento de saúde causado pela covid-19. A ideia era elaborar um documento para orientar profissionais da saúde e que pudesse ser atualizado sempre que novas evidências científicas fossem publicadas.

No texto, os especialistas afirmam não haver dados na literatura que justifiquem uso de qualquer remédio para prevenir a doença, citando inclusive a ivermectina. Sobre a cloroquina, o texto explica que os testes até agora apontam para a sua ineficácia no combate ao coronavírus. Um dos medicamentos que teria efeito para impedir a replicação viral, segundo a nota, seria o redemsivir, que ainda não é comercializado no Brasil.

Com essa atualização, a nota passou a trazer um posicionamento a respeito do uso de terapia antitrombótica, ampliando as temáticas desenvolvidas no documento redigido anteriormente que trazia considerações sobre: o uso de medicamentos antes da exposição ao novo coronavírus para evitar infecção, o uso de fármacos para prevenir a infecção após a exposição ao vírus, a administração de remédios para controlar ou reduzir a multiplicação do vírus no organismo e o uso de terapêuticas com ação no sistema imune no tratamento de complicações decorrentes da covid-19.

A nota aborda o uso da cloroquina, da hidroxicloriquina, da azitromicina, da ivermectina, da dexametasona além de outros medicamentos utilizados no tratamento da doença. O documento reafirma que diante de novos estudos que venham a surgir, as recomendações do DINF/UFRN poderão ser atualizadas.