Corpo de professor vítima do coronavírus no RN é enterrado sem velório e com caixão lacrado

Luiz Di Souza morreu na noite de sábado (28) após sete dias internado. — Foto: Aduern

Por G1 RN — O corpo do professor universitário Luiz Di Souza, vítima do novo coronavírus, foi enterrado em caixão lacrado, sem velório e com a presença de cinco familiares na noite deste domingo (29). Luiz morreu na noite de sábado após passar uma semana internado. Essa foi a primeira morte por Covid-19 no Rio Grande do Norte. Luiz tinha 61 anos e era diabético.

O sepultamento aconteceu no Cemitério São Sebastião, em Mossoró. A esposa de Luiz, Margareth Souza, conta que a orientação foi para que os familiares ficassem a pelo menos três metros do caixão. “Não podíamos nem chegar muito perto”, disse. Somente ela, os três filhos e um genro puderam ir ao sepultamento. “Não permitem mais pessoas por causa do vírus”, disse Margareth.

De acordo com o último boletim da SESAP, divulgado neste domingo (29), o RN tem 68 casos confirmados no novo coronavírus.

Atendimento médico

Segundo ela, o marido teve febre e tosse e procurou o hospital no dia 18 de março. Ele foi medicado e voltou para casa. Sem melhora, Luiz voltou ao hospital no dia 21 e pediu para fazer o teste de coronavírus. “O médico pediu uma tomografia do pulmão e quando saiu o resultado ele internou o Luiz direto na UTI”, conta Margareth.

“No domingo ele foi para o quarto. Ele estava se recuperando, cada dia era uma melhora maior. Aí no sábado a noite ele foi colocar um shorts e isso deu um cansaço muito grande, uma falta de ar. Os médicos levaram ele pra UTI, e lá ele teve uma parada cardiorrespiratória e não voltou”, conta Margareth.

A família só foi informada do resultado positivo do teste de coronavírus após o óbito. “O resultado saiu no dia 27, mas a gente só foi comunicado depois da morte dele”, explica a esposa.

Luiz Di Souza era lotado no Departamento de Química da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). As aulas na instituição estão suspensas desde o dia 15 de março, justamente para conter o avanço da doença no estado. A Universidade emitiu nota onde lamenta a morte do professor.