Câncer de Colo de Útero é a quarta causa de morte de mulheres no Brasil

Exame Papanicolau e vacina são medidas preventivas — Foto: Reprodução

Março é o mês da mulher e, não à toa, a campanha Março Lilás é voltada para a saúde feminina, em alusão ao Combate de Câncer de Colo de Útero. Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA, é considerado o terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres e a quarta causa de morte pela doença, no Brasil, com estimativa de 16.590 novos casos em 2020. O principal fator de risco é a infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV), transmitido sexualmente.

A infecção genital através desse vírus é frequente e não causa maiores complicações. Contudo, em alguns casos surgem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. A Dra. Cátia de França, cirurgiã oncológica, da Clínica de Oncologia e Mastologia de Natal, comenta que “O melhor caminho é o da prevenção do HPV e por meio de exames, como o Papanicolau, ao qual rastreia alterações nas células do colo do útero, e quanto mais cedo diagnosticadas, maior a chance de cura”, explica.

A transmissão da infecção advém por via sexual, o que, consequentemente, sua prevenção dar-se também a partir do uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina). Durante a relação sexual com penetração, a camisinha protege parcialmente do contagio do HPV, que também é capaz de ocorrer por intermédio do contato com a pele da vulva, região perineal e bolsa escrotal.

A vacina tetravalente contra o HPV, para meninas de 09 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos é outro método preventivo. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Sendo os dois primeiros causadores de verrugas genitais e os dois últimos responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo de útero.

Tanto a vacina quanto o exame Papanicolau, são complementos de precaução do câncer. Dra. Cátia reforça “lembrando às mulheres que, a partir dos 25 anos, mesmo vacinadas, o ideal é fazer exames preventivos periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV”.

É importante elucidar também “em muitos casos, não há sintomas iniciais e o desenvolvimento é lento, por isso, realizar preventivos é um dos métodos mais indicados para manter a saúde em dia” conclui a oncologista. Nos casos mais avançados pode acontecer sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal, dor abdominal associadas a queixas urinárias ou intestinais.

Diagnóstico

Para diagnosticar o câncer de colo de útero é necessário, além do histórico clínico, realizar exames vaginais do colo do útero, útero, ovário e reto através da avaliação com espéculo, Papanicolau, toque vaginal, toque retal e biópsia.

Fatores de risco

Infecção pelo vírus HPV;
Atividade sexual com múltiplos parceiros;
Atividade sexual sem proteção (camisinha);
Início precoce da vida sexual;
Tabagismo;
Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais;
Más condições de higiene;
Infecção por clamídia (DST);
Histórico familiar;
Obesidade.