Comissão do Meio Ambiente recebe relato sobre impacto do óleo no RN

Também foi apresentado o aplicativo Mar Limpo, criado pela Organização Não Governamental (ONG) Oceânica — Foto: Eduardo Maia

Os deputados que integram a Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Interior do Legislativo do RN receberam nesta terça-feira (3), em reunião ordinária, um relato sobre o impacto que o derramamento de óleo no litoral potiguar está causando na vida das comunidades, principalmente dos pescadores e marisqueiras. Também foi apresentado o aplicativo Mar Limpo, criado pela Organização Não Governamental (ONG) Oceânica, que monitora em tempo real a situação do litoral.

O deputado Sandro Pimentel (PSOL) sugeriu que governo e municípios se unam para contribuir com os trabalhos da ONG. “Com sua atuação a Oceânica deu um salto de qualidade nos trabalhos”, afirmou o parlamentar. A Oceânica participou recentemente de uma operação interinstitucional que contou com a participação do IDEMA, Marinha, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e UFRN para investigação dos Parrachos de Pirangi e da Ponta de Ilha Verde, bem como os recifes de Pirambúzios.

Representando a Oceânica, Mauro Lima fez uma avaliação sobre as consequências do derramamento de óleo, que já completou três meses. Durante a reunião, os deputados Sandro Pimentel e Cristiane Dantas (SDD) colocaram seus mandatos à disposição para auxiliar nos trabalhos. De acordo com Mauro, a Oceânica começou a monitorar as praias desde que o petróleo surgiu. Segundo ele, o derramamento atingiu mais gravemente o litoral de Pirambúzios e de Tabatinga. A notícia boa é que a mancha de óleo não atingiu os parrachos, mas foram encontrados rodolitos de calcários com fragmentos pretos, enviados para análise da UFRN.

Mauro Lima fez um alerta sobre a assistência à população pesqueira, que não está sendo acompanhada como deveria e sofreu um grande impacto em suas vendas. Segundo ele, por terem uma renda mensal baixa, a situação se complicou. Ele fez outro alerta: “O óleo está impregnado no mangue, nas raízes da vegetação e isso é preocupante porque é uma área turística, com pousadas e restaurantes onde muitas crianças estão tomando banho nas poças de maré. São partes críticas que precisam de mais atenção”, alertou.

Já foram recolhidos mais de uma tonelada de resíduos das praias. A ONG Oceânica também está acompanhando a distribuição dos equipamentos de proteção (EPI) nas colônias de pescadores. A deputada Cristiane Dantas chamou a atenção para os recursos financeiros necessários ao trabalho. “Essa é uma grande questão para que a ONG possa fazer a distribuição. Requer recursos para deslocamento”, afirmou a deputada, que se prontificou a auxiliar no que fosse preciso.

O aplicativo Mar Limpo irá emitir relatórios periódicos que podem ser acompanhados pela população e também auxiliar na destinação dos resíduos sólidos.